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E aí, meus caros cinéfilos! Tudo bem com vocês? Estou de volta, para trazer a próxima parte da nossa postagem especial sobre animações diferentes. Na resenha de hoje, falarei sobre uma animação francesa belíssima adequada para todas as idades. Ela conta uma história cativante sobre amizades, ao mesmo tempo que aborda temas importantes de uma maneira leve, comovente e reflexiva. Então, sem mais delongas, vamos falar sobre “Ernest e Célestine”. Vamos lá!
(What's up, my dear film buffs! How are you guys doing? I'm back, in order to bring the next part in our special post on different animated films. In today's review, I'll talk about a very beautifully made French animated film, that's adequate for all ages. It tells a captivating story about friendship, at the same time it deals with important themes in a light, moving, and thought-provoking way. So, without further ado, let's talk about “Ernest and Célestine”. Let's go!)
O filme é ambientado em uma cidade cujo território é dividido por animais antropomórficos: enquanto na superfície, ursos comerciantes grandes e imponentes dominam; no subterrâneo, pequenos e espertos ratos esgueiram pelo esgoto, servindo como “fadas do dente” para os ursos. Tal cidade vê suas convicções morais entrarem em conflito quando uma amizade improvável floresce entre o urso Ernest (voz original de Lambert Wilson) e a ratinha Célestine (voz original de Pauline Brunner).
(The film is set in a city which territory is divided between anthropomorphic animals: while on the surface, big and imposing merchant bears dominate; on the undergrounds, small and clever mice crawl through the sewers, working as a sort of “tooth fairies” for the bears. The city sees its moral convictions clash into conflict when an unlikely friendship blossoms between the bear Ernest (originally voiced by Lambert Wilson) and the little mouse Célestine (originally voiced by Pauline Brunner).)
É o seguinte: tenho certeza que já tinha feito uma resenha desse filme há alguns anos (lá pra 2014, quando foi indicado ao Oscar), mas venho, através dessa resenha reforçar a qualidade inegável dessa animação e analisá-la com uma nova e mais madura mentalidade, capaz de detectar subtextos escondidos que provavelmente não percebi na época que assisti-o pela primeira vez. Começarei dizendo que animações francesas feitas para crianças dão uma surra bem dada nas animações mais recentes da Disney, em termos de qualidade. “Ernest e Célestine” é dirigido por Stéphane Aubier, Vincent Patar e Benjamin Renner, baseado em uma série de livros infantis escritos e ilustrados pela belga Gabrielle Vincent. Segundo, é esse tipo de filme que a Disney deveria estar fazendo: animado de forma tradicional (só pra vocês terem uma ideia, o filme mais recente animado tradicionalmente pela Disney foi lançado em 2011); contando uma história que todo e qualquer público poderá se sentir emocionado; e tratando de temas importantes e relevantes de forma leve e com propósito, ao invés de só jogar alguma coisa em cima da hora em algo planejado completamente há um tempo atrás, só pra dizer que teve tal coisa. Terceiro: eu ainda estou indignado desse filme ter perdido para “Frozen” no Oscar de Melhor Filme de Animação, em 2014. Eu simplesmente pergunto para a Academia: como vocês indicam esse filme e a produção mais recente do Hayao Miyazaki ao prêmio, e escolhem “Frozen” como o vencedor? Eu simplesmente não entendo. Com esse desabafo, vamos ao roteiro. Se 2020 precisasse de um antídoto em forma de filme, seria “Ernest e Célestine”. Pensem naquele filme leve e divertido que você vê em um dia chuvoso com uma xícara de chocolate quente e um cobertor aconchegante. É esse filme. Quando o assisti novamente ontem, minha avó falou uma coisa que eu acho a pura verdade: filmes como esse deveriam ser exibidos na Sessão da Tarde. “Ernest e Célestine” tem um roteiro simples, cativante e tão leve que, ao final da sessão, o espectador vai sentir um quentinho no coração. Eu geralmente não uso essa palavra em uma resenha, mas é perfeitamente adequada para descrever esse filme: é MUITO fofo. Acho praticamente impossível uma pessoa em sã consciência não se sentir comovida pela trama. A universalidade do tema de amizade que permeia o enredo está presente em todo o curto tempo de duração de 1h20min, contando com momentos engraçados, divertidos e, novamente, muito fofos para manter o espectador atento à tela e investido emocionalmente em seus personagens, que são muito bem desenvolvidos. Mas o que fez de “Ernest e Célestine” uma animação mais profunda, no meu ponto de vista, é a maneira que o roteiro lida com temas pesados de abordar, como xenofobia e preconceito. E o roteiro faz isso de uma forma tão leve em 2012, o que adiciona uma profundidade que a Disney só iria atingir em 2016 com “Zootopia”. É o filme perfeito para introduzir os pequenos à esses temas, de maneira que eles venham a entender que a amizade simplesmente não tem barreiras, e supera todo e qualquer tipo de preconceito. E é esse lindo, tocante e leve tipo de mensagem que o mundo precisa hoje.
(Here's the thing: I'm sure I made a review of this film some years ago (way back in 2014, when it was Oscar-nominated), but I come here, through this review, to reinforce its undeniable quality and to analyze it with a newer and more mature mentality, capable to detect possible subtexts I didn't notice the first time around. I'll start off by saying that French animated films made for children beat the living crap out of Disney films, in terms of quality. “Ernest and Célestine” is directed by Stéphane Aubier, Vincent Patar and Benjamin Renner, based on a series of children's books written and illustrated by Belgian author Gabrielle Vincent. Second, this is the kind of film that Disney should be doing: traditionally animated (just so you know, the most recent traditionally animated Disney film was released in 2011); storytelling that will captivate and move each and every type of audience; and dealing with important and relevant themes in a light and meaningful way, instead of just throwing something on top of something that has been done long ago, just so they can say they added it. Third: I am still infuriated that this film lost the Oscar for Best Animated Feature in 2014 to “Frozen”. I simply ask the Academy: you choose this film and Hayao Miyazaki's latest to be contenders, and end up choosing “Frozen” as the winner? I just don't understand. With that out of my head, let's talk about the script. If 2020 needed an antidote in the form of a film, that would be “Ernest and Célestine”. Think about that light, fun film you watch on a rainy day, with a cup of hot chocolate and a cozy blanket. This is that film. When I watched it again yesterday, my grandmother said something that I couldn't agree more: films like this should be shown in TV channels. “Ernest and Célestine” has a simple and captivating script that's so light that, as the credits begin to roll, the viewer can't help but feel a warmth in his heart. I generally don't use this word frequently in a review, but it's perfect for describing this film: it's REALLY cute. I think it's practically impossible that a perfectly sane person doesn't feel moved by the story. The universality of the friendship theme which goes through the plot is 100% there during its short 80-minute running time, relying on funny, amusing, and once again, really cute moments to keep the viewer focused on the screen and emotionally involved with its characters, which are really well developed. But what made “Ernest and Célestine” a deeper animated film, in my point of view, is the way it deals with heavy-handed themes, like xenophobia and prejudice. And the script does it in such a light way in 2012, reaching a depth Disney would only achieve in 2016 with “Zootopia”. It is the perfect film to introduce the little ones to these themes, in a way they understand that friendship has no boundaries, and can overcome each and every obstacle on its way. And it's that beautiful, touching and light kind of message the world needs today.)
Como dito anteriormente, os personagens são muito bem desenvolvidos, tanto individualmente quanto em conjunto. O Ernest é a perfeita descrição do gigante gentil: ele é grande e imponente, mas no fundo, tem um bom coração. A Célestine captura de forma sensacional a inocência de uma criança perante um tema tão importante como o preconceito. A dinâmica entre os dois é o fio condutor da trama, tanto que as melhores cenas são as que eles compartilham. Através do humor, de sensações, e da manipulação das emoções do espectador, a dupla consegue cativar o público com seu carisma em seus primeiros momentos em tela. Os outros personagens não são tão importantes assim para que o roteiro se movimente, mas eles são os instrumentos ideais para ambientar o espectador no universo fictício da história, e cruciais para que os dois protagonistas entendam a situação que eles estão passando. E a forma que o roteiro usa para fazer com que os outros personagens desistam de seus preconceitos é simplesmente linda.
(As previously said, the characters are really well-developed, both individually and together. Ernest is the perfect description of the gentle giant: he is big and powerful, but deep down, he's got a good heart. Célestine stunningly captures the innocence of a child towards an important theme like prejudice. The dynamics between the two of them is the main conductive force of the plot, in a way that the best scenes are the ones they're together on-screen. Through humor, feelings, and the manipulation of the viewer's emotions, the duo manages to move its audience due to their charisma in their first moments on-screen. The other characters aren't that important for the plot to move forward, but they're the ideal instruments to set the viewer in the story's fictional universe, and they're essential for the two protagonists to understand the situation they're going through. And the way the script uses to make the other characters give up on their prejudices is simply beautiful.)
Outra razão que me deixou indignado pela vitória de “Frozen” sobre “Ernest e Célestine” no Oscar foi a clara superioridade e a originalidade do visual desse filme sobre o CGI usado com bastante frequência na atualidade. Sabe aqueles livros infantis que têm uma pintura enorme em aquarela em formato oval em uma página, com um pouco de texto embaixo? É assim que é o visual de “Ernest e Célestine”. Cada quadro parece uma pintura individual em aquarela, e mesmo que não esteja em três dimensões, a animação tem muitos detalhes e profundidade. Há algumas partes onde a animação parece incompleta, mas isso faz parte do charme desse estilo em particular, o que adiciona até uma camada mais rústica ao visual perante o dominante CGI no mercado. O design dos personagens e dos cenários em animação tradicional é um verdadeiro sopro de ar fresco, se comparado às animações lançadas na mesma época. A trilha sonora do Vincent Courtois me lembrou bastante das trilhas sonoras do Studio Ghibli. Aliás, esse filme inteiro cairia como uma luva nos conceitos do famoso estúdio japonês. Os aspectos técnicos de “Ernest e Célestine” provam que o CGI pode até impressionar com sua ambição, mas no final das contas, não há nada igual à um filme tradicionalmente animado, feito de forma simples.
(Another reason that left me infuriated for “Frozen”'s victory over “Ernest and Célestine” at the Oscars was the clear superiority and originality of this film's visuals over the frequently used CGI in today's times. You know those children's books with a huge oval-shaped watercolor painting on a page, and a little bit of text at the bottom? That's how “Ernest and Célestine” looks like. Each frame looks like an individual watercolor painting, and even though it's not three-dimensional, it has plenty of details and depth. There are a few parts where the animation seems incomplete, but that's part of the charm of this particular style, which adds a more rustic layer to its visuals towards the dominant CGI in the market. The traditionally-animated character and set design is a real breath of fresh air, if compared to the animated films released at the same time. Vincent Courtois's score reminded me a lot of Studio Ghibli's soundtracks. By the way, this whole film would've fit like a glove in the famous Japanese studio's concepts. The technical aspects of “Ernest and Célestine” prove that CGI might even impress with its ambition, but at the end of it, there's nothing like a traditionally animated film, made in a simple way.)
Resumindo, “Ernest e Célestine” é uma pérola escondida em um mar de animações. Ela faz uso de um roteiro leve e divertido, personagens muito bem desenvolvidos e cativantes, e aspectos técnicos belíssimos para lidar com os temas cada vez mais relevantes da xenofobia e do preconceito. Se você estiver procurando um filme leve para ver com toda a família, é uma excelente pedida.
Nota: 10 de 10!!
É isso, pessoal! Espero que tenham gostado! Até a próxima,
João Pedro
(In a nutshell, “Ernest and Célestine” is a hidden gem in an ocean of animated films. It makes use of a fun and light script, well-developed and captivating characters, and stunning technical aspects to deal with the incredibly relevant themes of xenophobia and prejudice. If you're looking for a light film to watch with the whole family, this is an excellent call.
I give it a 10 out of 10!!
That's it, guys! I hope you liked it! See you next time,
João Pedro)
Muito FOFO!!!O cartunista deste desenho brincou com sabedora as cores contrastando com o ambiente!! Aplausos!!!!
ResponderExcluirShow de bola!!
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