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E aí, meus caros cinéfilos! Tudo bem com vocês? Estou de volta, para falar sobre o primeiro blockbuster lançado nas telonas durante a pandemia do COVID-19. Munido de um enredo complexo, personagens carismáticos e aspectos técnicos impecáveis, o filme em questão é uma carta de amor de Christopher Nolan a essa experiência insubstituível que é o cinema. Então, sem mais delongas, vamos falar sobre “Tenet”. Vamos lá!
(What's up, my dear film buffs! How are you guys doing? I'm back, in order to talk about the first blockbuster released on the silver screen during the COVID-19 pandemic. Armed with a complex plot, charismatic characters and flawless technical aspects, the film I'm about to analyze is a love letter from Christopher Nolan to this irreplaceable experience that is cinema. So, without further ado, let's talk about “Tenet”. Let's go!)
O filme acompanha um agente da CIA (John David Washington) que, após um atentado em um teatro de ópera, é contratado por uma organização misteriosa conhecida como Tenet para participar de uma missão de escala global: impedir, através de métodos de manipulação do tempo, que o renegado oligarca russo Andrei Sator (Kenneth Branagh), o qual é capaz de se comunicar com o futuro, inicie a Terceira Guerra Mundial.
(The film follows a CIA agent (John David Washington) who, after a terrorist attack in an opera house, is hired by a mysterious organization known as Tenet to be a part of a global scale mission: to stop, through methods of time manipulation, renegade Russian war lord Andrei Sator (Kenneth Branagh), who is able to communicate with the future, from starting World War III.)
Em um ano onde vários dos filmes que eu mais esperava foram adiados para um futuro próximo, fico bem feliz em dizer que pelo menos consegui assistir “Tenet” do jeito que o diretor Christopher Nolan gostaria que ele fosse visto: na maior tela possível. Como disse em várias das minhas postagens sobre o trabalho desse diretor em particular, acredito que a melhor experiência que alguém terá ao assistir um filme de Christopher Nolan será no cinema. Desse modo, não haveria nenhuma distração para tirar a atenção do espectador do que está acontecendo na tela. Acho que nem é preciso dizer que eu estava bastante animado para assistir ao novo quebra-cabeça surreal do cineasta. Depois de assistir aos seus 10 filmes anteriores (cujas resenhas vocês podem ler aqui no blog!), minhas expectativas só foram aumentando. Aí, ontem, finalmente a hora da esperada sessão chegou, e eu estaria mentindo se dissesse que entendi o filme inteiro de primeira. Eu cometi o terrível erro de entrar naquela sala de cinema já preparado para decifrar “Tenet”. Mas não acaba sendo tão simples assim. Acho que o novo filme de Nolan se encontra em um empate acirradíssimo com “Estou Pensando em Acabar com Tudo”, dirigido pelo Charlie Kaufman, como os filmes mais complexos de 2020. O roteiro do filme é escrito pelo próprio diretor, que levou 5 anos para elaborar a história do longa, e ele consegue desenvolver muito bem a trama pelo robusto tempo de duração de 2 horas e 30 minutos. Assim como os filmes anteriores do cineasta, há uma cena de abertura que já nos ambienta, de forma frenética, promissora e excitante, na atmosfera de “Tenet”. E, algum tempo depois dessa cena, há uma troca de diálogos expositivos entre o protagonista (o qual não tem nome) e uma cientista, que realmente explica como o novo quebra-cabeça de Nolan precisa ser assistido: “Não tente compreender. Sinta.”, porque às vezes, nós ficamos tão preocupados em entender o filme, que esquecemos de experienciá-lo. E “Tenet”, por mais que seja um filme complexo de entender, é algo bem fácil de experienciar. Repetindo a aposta de muitas das obras anteriores do diretor, seu décimo-primeiro filme faz uso de uma narrativa não-linear, ou seja, os eventos mostrados na tela não acontecem em uma sequência cronológica. E, na grande maioria das vezes, é uma linha temporal fácil de acompanhar. Em seguida, entram os recursos de manipulação do tempo, e tudo fica um pouquinho mais complicado de entender, à primeira vista. Mas depois, os mesmos eventos são vistos através de uma outra perspectiva temporal, e se o filme pareceu “viajado demais”, ele ficará cada vez mais claro a partir desses outros pontos de vista. Os personagens são bem desenvolvidos, e eles não precisam de uma história de fundo enorme pra mover a história para frente. Em parte, isso se dá por causa do talento dos atores, mas vamos falar disso depois. É uma trama bastante ambiciosa, que pega um recurso de ficção-científica desgastado, e dá uma nova e original roupagem a ele. E o roteiro transforma essa trama de espionagem em algo único, de forma que eu não consigo pensar em nenhum outro filme para comparar com “Tenet”. Claro, algo tão complexo como inversão temporal poderia ter sido explicado de uma maneira mais simples, como a engenharia dos sonhos em “A Origem”, mas para cada vez que possa ter uma cena aparentemente confusa, há uma cena de ação grandiosa e frenética para compensar e dar gás à história. Resumindo, o roteiro de “Tenet” é um dos mais complexos de Christopher Nolan, se não for o mais complexo. Mas, mesmo que seja algo complicado de entender, é um filme extremamente fácil de experienciar. É um daqueles filmes que, ao vistos mais de uma vez, ficam cada vez melhores. O que não deveria ser novidade, vindo de um filme desse diretor.
(In a year where several of my most anticipated films got delayed to a close future, I am really happy to say that I, at least, got to see “Tenet” in the way director Christopher Nolan wanted me to see it: on the biggest screen possible. As I have said in many of my posts on the work of this particular director, I believe that the best experience one could ever have watching a Nolan film would be at a movie theater. In that way, there wouldn't be any distractions to get the viewer's attention off of what's happening onscreen. I think I don't even have to say how excited I was to witness the director's new surreal puzzle. After watching his 10 previous films (you can read my reviews on them here!), my expectations kept on growing. Then yesterday, the time of my anticipated screening had finally come, and I would be lying if I said I understood the whole film in my first watch. I made the terrible mistake of walking into that movie theater prepared to decipher every little bit of “Tenet”. But it isn't that simple. I think that Nolan's new film finds itself tied with Charlie Kaufman's “I'm Thinking of Ending Things” as the most complex films of 2020. The film's screenplay is written by the director himself, who took 5 years to develop its plot, and he manages to move the story very well in its robust running time of 2 hours and 30 minutes. Just as it happens with many of the director's previous work, there's an opening scene that already sets us, in a fast-paced, promising and exciting way, into “Tenet”'s atmosphere. And, some time after that scene, there's an exchange of expositional dialogue between the protagonist (who doesn't have a name) and a scientist, who actually explains how Nolan's new puzzle needs to be watched: “Don't try to understand it. Feel it.”, because sometimes, we worry too much in trying to understand the film that we end up forgetting to experience it. And “Tenet”, as complex as it can be to comprehend, it's a very easy film to experience. Like many of Nolan's previous films, his eleventh film makes use of a non-linear narrative, meaning that the events shown onscreen don't happen in a chronological sequence. And, most of the time, it's a really easy timeline to follow. And so, the time manipulation resources come into light, and everything gets a little more complicated to understand, at first. But later, the same events are seen through a different perspective in time, and if the film seemed “too trippy” to begin with, it'll get clearer and more understandable with these differents points of view. The characters are well developed, and they don't need some enormous backstory to move the story forward. Partly, that happens due to the cast's enormous talent, but we'll talk about that later. It's a very ambitious plot, which takes a sci-fi resource that has run its course, and gives it a new and original twist. And the script transforms this espionage story into something unique, in a way that I can't think of any other film to compare with “Tenet”. Sure, something as complex as time inversion could've been explained in a more simple way, like the dream mechanics in “Inception”, but for each time there is a potentially confusing scene, there's a gigantic, fast-paced action scene to compensate and to propel the story on its course. In a nutshell, the screenplay for “Tenet” is one of the most complex Christopher Nolan projects, if not the most complex one. But, even though it's something tough to understand, it's an extremely easy film to experience. It's one of those films that get better the more you watch it. Which shouldn't be a new thing, coming from this particular director's work.)
O elenco desse filme tem bastante talento, mesmo sendo mais reduzido, se comparado com outros filmes do diretor. Como protagonista, temos o John David Washington, que nos representa em cada minuto de “Tenet”. A cada evento bizarro que ele presencia, ele mostra uma confusão evidente no rosto, que coincidentemente, é a mesma confusão no rosto do espectador, à primeira vista. Dá pra ver que tudo aquilo que está acontecendo é novo para ele, tanto quanto para nós. E o ator consegue trabalhar com essas emoções muito bem. Ele tem uma dinâmica bem forte com o personagem do Robert Pattinson, que aqui mostra mais uma vez sua capacidade de se desvencilhar de seu papel mais famoso. Ele é misterioso e extremamente interessante, tendo carisma suficiente para manter os olhos do espectador grudados na tela durante suas cenas. Como o antagonista do filme, temos o Kenneth Branagh, que já trabalhou com o diretor em “Dunkirk”. Em “Tenet”, ele é ameaçador, sádico, e parece estar sempre um passo à frente dos protagonistas, o que acaba aumentando a ameaça que ele representa. E fechando o elenco principal, temos a Elizabeth Debicki, que está eletrizante como uma das personagens mais importantes do longa. Ela é forte, mas também tem suas vulnerabilidades, e a atriz consegue trabalhar com essa oscilação de emoções de forma bem humana. Em papéis mais secundários, temos performances competentes de Aaron Taylor-Johnson, Himesh Patel, Dimple Kapadia, e uma breve aparição do membro mais frequente na maioria dos elencos de Nolan, Michael Caine, e todos trabalham muito bem com o que lhes é dado.
(This film's cast has plenty of talent, even though it's a bit reduced, if compared to most of the director's previous work. As the main character, we have John David Washington, who represents us in every minute of “Tenet”. In every bizarre event he witnesses, he shows an evident confusion on his face, which, coincidentally, is the same confusion on the viewer's face, at first sight. You can see that all that's happening is new to him, as it is to us. And the actor manages to work with these emotions very well. He has a really strong dynamic with the character portrayed by Robert Pattinson, who once again shows us his ability to detach himself from his most famous role. He is mysterious and extremely interesting, and has enough charisma to keep the viewer's eyes glued to the screen during his scenes. As the film's antagonist, we have Kenneth Branagh, who had already worked with the director in “Dunkirk”. In “Tenet”, he is threatening, sadistic, and seems to always be one step ahead of the protagonists, which ends up enhancing the threat he represents. And to close up the main cast, we have Elizabeth Debicki, who is electrifying as one of the film's most important characters. She's strong, but also has her vulnerabilities, and she manages to work masterfully with that emotional oscillation. On more secondary roles, we see competent performances by Aaron Taylor-Johnson, Himesh Patel, Dimple Kapadia, and a brief appearance by the most frequent cast member on most of Nolan's casts, Michael Caine, and all of them work really well with what's given to them.)
Para quem leu minhas resenhas dos filmes anteriores de Christopher Nolan, aspectos técnicos impecáveis foram um dos mais frequentes pontos em comum entre a obra conjunta do diretor. E “Tenet” não é uma exceção. Sendo o projeto original mais caro de Nolan (em torno de US$200 milhões), o ambicioso cineasta faz uso dessa pequena fortuna ao máximo. A direção de fotografia do Hoyte van Hoytema é simplesmente sensacional. Hipnotizante, inovadora, e original, o trabalho de Hoytema é um dos principais concorrentes à estatueta de Melhor Fotografia no Oscar do ano que vem. As cenas de ação são algumas das mais grandiosas e surreais que eu já vi na vida, e gostaria muito de saber como elas foram filmadas. A Jennifer Lame faz um trabalho excelente na montagem de “Tenet”. É um filme milimetricamente calculado, sem cenas descartáveis ou desnecessárias. A direção de arte é literalmente de outro mundo. Gostei bastante da mistura entre as cores vermelho e azul que o filme faz em alguns momentos. Eu fiquei bem duvidoso se um filme de Christopher Nolan iria dar certo sem a trilha sonora do Hans Zimmer, mas agora eu não consigo pensar em ninguém melhor do que o Ludwig Göransson para ter composto a trilha sonora instrumental de “Tenet”, a qual é bem similar ao trabalho de Zimmer em obras anteriores do diretor, como “A Origem” e “Interestelar”. Pode ser um forte concorrente a Melhor Trilha Sonora Original. E por último, mas definitivamente não menos importante, temos os efeitos visuais, que, pra mim, já têm o Oscar de Melhores Efeitos Visuais do ano que vem na mão. Misturando CGI com efeitos práticos de uma maneira que faz a linha entre os dois ficar cada vez mais tênue, esse aspecto técnico em particular foi a chave para que “Tenet” tenha sido o que foi. E se tivesse sido feito de uma maneira diferente, não sei se o filme teria o mesmo resultado.
(For those who read my reviews on Nolan's previous films, flawless technical aspects were one of the most frequent common points in the director's collective work. And “Tenet” is no exception. As Nolan's most expensive original project (which cost around US$200 million), the ambitious filmmaker makes the most of this small fortune. Hoyte van Hoytema's cinematography is simply sensational. Hypnotizing, innovative and original, Hoytema's work is one of the main contenders for the Best Cinematography award at next year's Oscars. The action scenes are some of the greatest and most surreal ones I've ever seen in my life, and I'd really like to know more about how they were filmed. Jennifer Lame does an excellent job in editing “Tenet”. It's a milimetrically calculated film, which has no disposable or unnecessary scenes. The art direction is otherworldly, literally. I really enjoyed the mix it makes between the colors red and blue in some moments. I was really doubtful if a Christopher Nolan film would work without a Hans Zimmer score, but now I can't think of anyone better than Ludwig Göransson to have composed the score for “Tenet”, which is really similar to Zimmer's work in the director's previous films, such as “Inception” and “Interstellar”. It may be a strong contender for Best Original Score. And at last, but definitely not least, we have the visual effects, which, for me, are already holding next year's Oscar for Best Visual Effects on their hands. Mixing CGI with practical effects in a way that makes the line between the two get more and more blurred, this particular technical aspect was the key for “Tenet” to come out the way it did. And if they were done differently, I don't know if the film would have the same results.)
Resumindo, “Tenet” é tudo aquilo que os fãs mais fervorosos de Christopher Nolan esperariam de um novo filme do diretor: um enredo complexo, acompanhado de um elenco talentoso e aspectos técnicos irretocáveis. Pode até ser algo difícil de compreender, mas facilmente é a melhor experiência que tive em um cinema em 2020. Se possível (e se vocês se sentirem seguros), assistam “Tenet” na maior tela possível, porque vale a pena.
Nota: 9,5 de 10!!
É isso, pessoal! Espero que tenham gostado! Até a próxima,
João Pedro
(In a nutshell, “Tenet” is everything that Christopher Nolan's hardcore fans would come to expect from his new film: a complex plot, accompanied by a talented cast and flawless technical aspects. It may even be something hard to understand, but it is easily the best experience I had in a movie theater in 2020. If possible (and if you feel safe), go watch “Tenet” on the biggest screen you can afford, because it's worth it.
I give it a 9,5 out of 10!!
That's it, guys! I hope you liked it! See you next time,
João Pedro)
Que de++++++!!!!
ResponderExcluirGreat job, Peter!
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