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quarta-feira, 31 de outubro de 2018

"Doctor Who: Arachnids in the UK": puro entretenimento de ficção-científica com doses de terror e moralidade (Bilíngue)


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E aí, galerinha de cinéfilos! Aqui quem fala é o João Pedro, com a última resenha do mês, sobre o quarto episódio da décima-primeira temporada de Doctor Who, que, depois de um episódio que mexe com o emocional do espectador, retorna à ser puro entretenimento de ficção-científica, com toques leves e adequados de terror. Vamos falar de “Arachnids in the UK” (Aracnídeos no Reino Unido). Vamos lá!
(What's up, film buffs! I'm back with the last review of the month, about the fourth episode in the eleventh season of Doctor Who, which, after an episode that touches the viewer's emotions, returns to be pure sci-fi entertaiment, with slight, adequate touches of horror. Let's talk about “Arachnids in the UK”. Let's go!)



Depois da aventura em 1955, a Doutora (Jodie Whittaker) e seus amigos Yaz (Mandip Gill), Ryan (Tosin Cole) e Graham (Bradley Walsh) conseguem retornar à Sheffield, apenas para descobrir que algo muito estranho está acontecendo com a população aracnídea da cidade.
(After their 1955 adventure, the Doctor (Jodie Whittaker) and her friends Yaz (Mandip Gill), Ryan (Tosin Cole) and Graham (Bradley Walsh) are able to return to Sheffield, only to find out something very strange is happening to the spider population in the city.)



Sendo um episódio de terror, e sendo o episódio exibido mais próximo do Halloween, é possível dizer que esse é o “especial de Halloween” de Doctor Who. O programa já teve episódios bem assustadores e sombrios, como por exemplo, o clássico “Blink”, com David Tennant, e os recentes “Listen” e “Last Christmas”, com Peter Capaldi. Esses 3 episódios foram escritos pelo Steven Moffat, showrunner anterior ao Chris Chibnall, que roteiriza esse episódio. Eles conseguem criar uma atmosfera ameaçadora que imergem o espectador naquele episódio em particular. O mesmo consegue ser feito aqui, mesmo que não com a mesma intensidade dos roteiros escritos pelo Moffat. O roteiro de Chris Chibnall é conciso, simples, e bem eficiente, pra falar a verdade. Mas falta um pouquinho da complexidade de eras anteriores, como a de Russell T Davies e Steven Moffat, para essa temporada, em termos de enredo, deslanchar. Claro, há referências à episódios anteriores da temporada, o que evoca uma recente nostalgia, mas não é desenvolvido nenhum mistério nesse episódio que possivelmente será resolvido no final da temporada. Houve o mistério da “criança atemporal” em The Ghost Monument, mas não houve nenhuma menção a esse termo nos dois episódios seguintes. O roteiro é bom, mas poderia ter sido melhor, na minha opinião.
(As a horror episode, and as the episode released as nearly as possible to Halloween, it's right to say that this is Doctor Who's “Halloween special”. The show already had very scary, dark episodes, like David Tennant's classic “Blink”, and Peter Capaldi's recent episodes “Listen” and “Last Christmas”. These 3 episodes were written by Steven Moffat, Doctor Who's previous showrunner to Chris Chibnall, who wrote this episode. They are able to create an ominous atmosphere that gives the viewer an immersive experience through that particular episode. The same can be done here, even if it isn't with the same intensity as the scripts written by Moffat. Chris Chibnall's script is concise, simple and quite efficient, really. But it lacks a bit of the complexity in previous eras, like Russell T Davies's and Steven Moffat's, in order for this season, in terms of plot, to take off. Sure, there are references to previous episodes in the season, which can evoke a recent nostalgia, but there isn't any mystery developed that may be solved by the season's end. There was the mystery of the “timeless child” in The Ghost Monument, but there hasn't been a mention to that term in the two following episodes. The script is good, but it could've been even better, in my opinion.)



As atuações continuam sendo muito boas. Acho que ainda é muito cedo para incluir Jodie Whittaker como um dos melhores intérpretes do Doutor, mas ela continua se mostrando muito confiante e é cheia de energia, e isso é sempre bom, e espero que ela continue assim, pois combina muito com a excentricidade do personagem. Finalmente, temos um pouco de desenvolvimento por parte da Yaz, que será aprofundado ainda mais no sexto episódio dessa temporada, mas, por esse desenvolvimento, já fico feliz demais. A dinâmica entre Ryan e Graham é desenvolvida, e, como eu considero essa dinâmica uma das melhores coisas dessa temporada, adorei isso. O arco de Graham nesse episódio em particular, é de cortar o coração, fazendo referência à um dos primeiros acontecimentos importantes dessa temporada, o qual tenho certeza que irá ser referenciado em episódios futuros, e é preciso ser notado o trabalho do Bradley Walsh, porque ele arrasou. Os convidados especiais desse episódio incluem o Chris Noth, como um futuro candidato à presidência dos EUA, em uma clara alusão ao presidente atual dos EUA, Donald Trump; a Shobna Gulati, que manda muito bem como a mãe de Yaz; e a Tanya Fear, responsável por atualizar os protagonistas com o que aconteceu enquanto eles estavam fora. No quesito atuações, esse episódio mandou bem!
(The performances keep on being very good. I think it's too soon to include Jodie Whittaker as one of the best portrayals of the Doctor, but she continues to show confidence and energy, and that's always good, and I hope that she keeps on doing that, as it matches the character's quirkiness. We, finally, get to have a bit of character development on Yaz, which will be even more deepened in the season's sixth episode, but, because of this small development, I'm really happy. The dynamics between Ryan and Graham is developed, and, as I consider that to be one of the best things in the season, I loved it. Graham's arc in this particular episode is heart-wrenching, as it makes a reference to one of the season's first important events, which I'm sure it'll be talked about in future episodes, and Bradley Walsh's work must be noticed, because he nailed it. The special guests in this episode include Chris Noth, as a future candidate to the US presidency, as a clear allusion to the US's current president, Donald Trump; Shobna Gulati, who is very good as Yaz's mom; and Tanya Fear, responsible for updating the main characters with knowledge on what happened while they were out. When we talk about perfomances, this episode counted with very good ones!)



Um dos maiores destaques dessa nova temporada é o visual, e é também um dos principais destaques desse episódio. Finalmente é mostrado o vórtex temporal por onde a TARDIS viaja e é glorioso, parecendo muito com a alucinação psicodélica de Stephen Strange em “Doutor Estranho”! E o CGI funciona muito bem, é bem trabalhado e realista o suficiente para criar um certo medo e ameaça aos antagonistas do episódio, e isso é sempre bem-vindo. Para quem ter aracnofobia, esse episódio pode ser um desafio para assistir, mesmo pelo fato de todas as aranhas forem feitas por computação gráfica. O medo evocado pelas aranhas consegue ser eficiente, parecido com as bactérias de “Kill the Moon”, da oitava temporada do programa, que fez uso de criaturas similares para evocar uma atmosfera sinistra ao episódio. O visual de Doctor Who continua sendo arrebatador, e uma das melhores coisas dessa nova era!
(One of the biggest highlights of this new season is the visuals, and it is also one of the main highlights in this episode. We finally get to see the time vortex in which the TARDIS travels through and it is glorious, much like the psychedelic hallucination of Stephen Strange in “Doctor Strange”! And the CGI works out fine, it's well done and realistic enough to create a certain fear and threat to the episode's antagonists, and that's always welcome. To those who have arachnophobia, this episode may be a challenge to watch, even though all the spiders are made out of CGI. The fear evoked by the spiders manages to be effective, much like the bacteria from “Kill the Moon”, from the eighth season, which used similar creatures to evoke a sinister atmosphere to the episode. The visuals in Doctor Who continue to be groundbreaking, and one of the best things of this new era!)



Mesmo com menor intensidade comparado aos roteiros de eras anteriores, “Arachnids in the UK” consegue evocar uma dose adequada de terror, entregando outro episódio com puro entretenimento para toda a família, sendo cheio de ação e surpreendentemente moralista.

Nota: 8,5 de 10!

É isso, pessoal! Espero que tenham gostado! Até novembro,
João Pedro

(Even with a smaller intensity compared to previous eras' scripts, “Arachnids in the UK” manages to evoke an adequate dose of horror, delivering another episode with pure family-friendly entertainment, being action-packed and surprisingly moralistic.

I give it an 8,5 out of 10!

That's it, guys! I hope you liked it! See you in November,
João Pedro)



domingo, 28 de outubro de 2018

"The Rocky Horror Picture Show": um filme tipo B com uma trilha sonora tipo A (Bilíngue)


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E aí, galerinha de cinéfilos! Aqui quem fala é o João Pedro, e venho aqui com a resenha do filme que eu considero ser o melhor musical de todos os tempos! Não é pra todo mundo, tem estilo de sobra, é uma homenagem aos filmes B de ficção-científica e terror dos anos 40 e 50, tem uma trilha sonora incrivelmente viciante e conta com uma performance inesquecível do maravilhoso Tim Curry no papel principal. Vamos falar sobre o estranho e absurdamente divertido “The Rocky Horror Picture Show”! Vamos lá!
(What's up, film buffs! I'm back, with the review of what I consider to be the best movie musical of all time! It's not for everyone, it has huge amounts of style, it is an homage to sci-fi and horror B movies from the 40s and 50s, it has an incredibly addictive soundtrack and it counts with an unforgettable performance by the wonderful Tim Curry in the main role. Let's talk about the weird and absurdly fun “The Rocky Horror Picture Show”! Let's go!)



O filme conta com um dos enredos mais absurdos que eu já vi: um casal recém-noivo (Barry Bostwick e Susan Sarandon) se vê perdido no meio de um temporal com um carro defeituoso, e eles encontram refúgio no castelo de um cientista maluco, o Dr. Frank-N-Furter (Tim Curry), um alienígena transsexual que vem construindo um experimento peculiar: um homem loiro musculoso (Peter Hinwood), no melhor estilo Frankenstein.
(The film has one of the most absurd plots I've ever seen: a recently engaged couple (Barry Bostwick and Susan Sarandon) find themselves lost in the middle of a storm with a malfunctioning car, and they find refuge in the castle of a mad scientist, Dr. Frank-N-Furter (Tim Curry), a transexual alien who has been building up a peculiar experiment: a blonde, muscular man (Peter Hinwood), Frankenstein-style.)



A primeira vez que ouvi falar de Rocky Horror foi em um episódio temático do musical da série Glee, da qual eu era fã nas duas primeiras temporadas, mas como eu era muito novo ainda para ver (o filme é de 18 anos), deixei quieto. Mas aí, 3 anos depois, veio “As Vantagens de Ser Invisível”, que contava como plot point uma apresentação de Rocky Horror feita pelos protagonistas. Gostei bastante das músicas apresentadas tanto em Glee quanto em “As Vantagens...”, então, eu vi o filme.
E cara, que filme esquisito. Mas no bom sentido. Funciona tanto como uma paródia como uma homenagem aos filmes B citados acima, e tem de tudo um pouco nesse filme. Tem aventura, comédia, terror, romance, suspense, e acima de tudo, tem músicas. E é cada uma melhor do que a outra! É impossível não querer dançar ao som de “Time Warp” ou “Hot Patootie”, ou cantar junto em “Dammit Janet” ou “Science Fiction Double Feature”, a trilha sonora desse filme é simplesmente irresistível.
(The first time I heard about Rocky Horror was because of a thematic episode of TRHPS in Glee, and I was a big fan of it during the first two seasons, but as I was too young to see the film (it's R-rated), I let it be. But then, 3 years later, “The Perks of Being a Wallflower” came into the picture, and it has a Rocky Horror performance by the main characters as a plot point. I really liked the songs performed in Glee and “Perks”, so I watched the film. And man, what a weird film. But in a good way. It works as a parody and a homage to the B movies cited above, and there's a bit of everything in this movie. There's adventure, comedy, horror, romance, suspense, and above everything, there are songs. And it's one hit after the other! It's impossible not wanting to dance to the sound of “Time Warp” or “Hot Patootie”, or sing along to “Dammit Janet” or “Science Fiction Double Feature”, the soundtrack for this film is simply irresistible.)



As interpretações do elenco são muito boas. Deve-se tomar em conta que a maioria do elenco desse filme fez parte das montagens da Broadway e do Reino Unido do musical que deu origem ao filme, chamado Rocky Horror Show, escrito pelo Richard O'Brien, que aqui faz o papel do mordomo Riff Raff, além da voz dos lábios em “Science Fiction Double Feature”. Barry Bostwick e Susan Sarandon (ambos com poucos filmes no currículo na época desse filme) interpretam os inocentes Brad e Janet com maestria, contando com diálogos que, às vezes, podem parecer clichê, mas a química entre os dois é inegável. Patricia Quinn, Nell Campbell e Richard O'Brien, que aqui interpretam Magenta, Columbia e Riff Raff, respectivamente, arrasam como os ajudantes do Dr. Frank-N-Furter, contando com momentos musicais memoráveis, como a inesquecível e dançante “Time Warp”. Jonathan Adams e Charles Gray são hilários como o Dr. Everett Scott, um cientista rival, e o Criminologista, o narrador do filme, e contam com alguns dos momentos mais engraçados aqui. Mas quem rouba a cena é Tim Curry, que estreou no cinema com esse filme, como o Dr. Frank-N-Furter, contando com uma das entradas triunfais mais icônicas do cinema cult, ao som da hilária “Sweet Transvestite”, e ele expande a capacidade vocal aqui em “Fanfare/Don't Dream It” e “I'm Going Home”, ambas sensacionais. No quesito atuações e capacidades vocais do elenco, The Rocky Horror Picture Show arrasou!
(The cast's performances are very good. It must be told that most of the film's cast was a part of the Broadway and West End productions of the musical that served as a basis to the movie, named The Rocky Horror Show, written by Richard O'Brien, who plays butler Riff Raff here, along with voicing the lips in “Science Fiction Double Feature”. Barry Bostwick and Susan Sarandon (both with very few films in their curriculum at the time) play the innocent Brad and Janet masterfully, counting with dialogues that, sometimes, may sound like a cliche, but the chemistry between the two is undeniable. Patricia Quinn, Nell Campbell and Richard O'Brien, who here, play Magenta, Columbia and Riff Raff, respectively, nail it as Dr. Frank-N-Furter's helpers, counting with memorable musical moments, like the unforgettable and dance-worthy “Time Warp”. Jonathan Adams and Charles Gray are hilarious as Dr. Everett Scott, a rival scientist, and the Criminologist, the film's narrator, and have some of the funniest moments in the movie. But who steals the scene is Tim Curry, in his film debut, as Dr. Frank-N-Furter, who has one of the most iconic triumphant entrances in cult cinema, with the hilarious “Sweet Transvestite” as a soundtrack, and he expands his vocal abilities here in “Fanfare/Don't Dream It” and “I'm Going Home”, both amazing. When we talk about acting and vocal capacities of the cast, The Rocky Horror Picture Show nailed it!)



O filme só teve US$ 1 milhão de orçamento aproximadamente, e era até razoável comparado com os filmes que lançaram no mesmo ano, como “Tubarão” (US$ 9 milhões) e “Um Estranho no Ninho” (US$ 3 milhões). Aspectos técnicos que valem a pena serem notados em Rocky Horror são a direção de arte, o figurino, a maquiagem e os efeitos especiais. O castelo do Dr. Frank-N-Furter tem um quê de mansão mal-assombrada, misturado com laboratório de cientista maluco, e isso funciona muito bem. O figurino e a maquiagem funcionam muito bem juntos, pois o uso em grande porte da maquiagem dá um tom de mistério e até ameaça ao Dr. Frank-N-Furter e seus ajudantes. E os efeitos especiais são toscos, mas com motivo: como o filme era pra ser uma homenagem aos filmes B dos anos 40 e 50, os efeitos foram feitos tentando replicar os efeitos daquela época, e isso eles fizeram com maestria.
(The film only had US$ 1 million as a budget approximately, and it was quite reasonable compared to the movies released on the same year, like “Jaws” (US$ 9 million) and “One Flew Over the Cuckoo's Nest” (US$ 3 million). Technical aspects worthy of being noticed in Rocky Horror are the art direction, the costume design, the makeup and the special effects. Dr. Frank-N-Furter's castle has a hint of haunted mansion combined with a mad scientist's lab, and that works out fine. The costumes and the makeup are great together, as the large use of makeup gives a tone of mystery and even threat to Dr. Frank-N-Furter and his helpers. And the special effects are cheesy, but with a reason: as the movie's supposed to be a homage to the B movies from the 40s and 50s, the effects were made trying to replicate the effects in that time, and they've done that masterfully.)



Agora, vamos falar da obra-prima que é a trilha sonora de The Rocky Horror Picture Show. Abrindo o filme com um par de lábios vermelhos cantando a memorável “Science Fiction Double Feature”, uma música que faz várias referências à filmes de monstros e criaturas antigos, nós já nos sentimos imersos no filme que iremos assistir. Chegando ao castelo, temos os hits “Time Warp” e “Sweet Transvestite”, que possuem um tom mais de rock, assim como a irresistível “Hot Patootie”, que conta com os vocais do cantor de rock Meat Loaf. Todas as músicas, inclusive as mais lentas, são instantaneamente viciantes, com o filme se tornando uma ópera de rock com tons de terror e ficção-científica. Ainda sonho em ver o musical ao vivo, ou o filme no cinema, para fazer parte da icônica participação da plateia, que vem perdurando até hoje, com Rocky Horror sendo o filme mais exibido em cinemas de todos os tempos, mais normalmente na época do Halloween em sessões da meia-noite, pelas quais o filme ficou mais famoso. Honestamente, a trilha sonora de The Rocky Horror Picture Show, pra mim, pode ser uma das melhores trilhas de musicais de todos os tempos, de tão boa que é!
(Now, let's talk about the masterpiece that takes form as the soundtrack. Opening the film with a pair of red lips singing the memorable “Science Fiction Double Feature”, a song that references several monster and creature films, we already feel imersed in the movie we're about to watch. Getting to the castle, we have the hits “Time Warp” and “Sweet Transvestite”, which possess a rock-ish taste to them, just like the irresistible “Hot Patootie”, sung by rock singer Meat Loaf. All the songs, even the slower ones, are instantly addictive, turning the film into a sci-fi-horror rock opera. I still dream of seeing the musical live, or watching the film in a theater, to be a part of the iconic audience participation, which keeps on coming to this day, with Rocky Horror being the most shown film in theaters of all time, normally around Halloween in midnight screenings, for which the film became most famous. Honestly, the soundtrack to The Rocky Horror Picture Show, for me, may be one of the best musical soundtracks of all time, because it is so freaking good!)



Icônico, estranho, e extremamente divertido, “The Rocky Horror Picture Show” conta com um enredo absurdo, interpretações memoráveis de seu elenco, e uma trilha sonora que o espectador não tirará da cabeça tão cedo.

(P.S.: Pelo amor de Deus, não vejam o remake feito pra TV de 2016! Não chega nem perto da estranheza e do espírito amador dessa obra-prima de 1975.)

Nota: 11 de 10!

É isso, pessoal! Espero que tenham gostado! Até a próxima,
João Pedro

(Iconic, weird, and extremely fun, “The Rocky Horror Picture Show” counts on an absurd plot, memorable performances by its cast, and a soundtrack that will stay on its viewers' minds for years to come.

(P.S.: For the love of all that's sacred, do not watch the 2016 made-for-TV remake! It doesn't come even close to the weirdness and amateur spirit of this 1975 masterpiece.)

I give it an 11 out of 10!

That's it, guys! I hope you liked it! See you next time,
João Pedro)



terça-feira, 23 de outubro de 2018

"Doctor Who: Rosa": um retorno emocionante às raízes educacionais de Doctor Who (Bilíngue) [SPOILERS]


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E aí, galerinha de cinéfilos! Aqui quem fala é o João Pedro, e venho aqui com a resenha do excelente terceiro episódio da décima-primeira temporada de Doctor Who, que consegue retornar às raízes educacionais do programa, intitulado “Rosa”! Vamos lá!
(What's up, film buffs! I'm back, with the review of the excellent third episode of the eleventh season of Doctor Who, which can return to the show's educational roots, titled “Rosa”! Let's go!)



Depois de várias tentativas para retornar à Sheffield, a Doutora (Jodie Whittaker), Yaz (Mandip Gill), Ryan (Tosin Cole) e Graham (Bradley Walsh) se encontram em 1955, no estado do Alabama, e investigam uma fonte desconhecida de energia alienígena, que leva à Rosa Parks (Vinette Robinson), uma costureira negra.
(After several attempts to return to Sheffield, the Doctor (Jodie Whittaker), Yaz (Mandip Gill), Ryan (Tosin Cole), and Graham (Bradley Walsh) find themselves in 1955, in the state of Alabama, as they investigate an unknown source of alien energy, which leads to Rosa Parks (Vinette Robinson), a black seamstress.)



A América segregacionista, pra mim, é um dos melhores e mais interessantes temas para se trabalhar no cinema, pois tem a capacidade de mexer e conscientizar o público. Um exemplo de filme nesse estilo é o aclamado “Histórias Cruzadas”, de 2011. E quando eu soube que a nova temporada de Doctor Who incluiria um episódio ambientado na época segregacionista nos EUA, com a Rosa Parks, símbolo do movimento negro americano, que foi presa por recusar um assento no ônibus para pessoas brancas, como um dos personagens centrais, eu imediatamente fiquei animado. E o episódio conseguiu atender todas as minhas expectativas. O roteiro, escrito pela estreante Malorie Blackman, autora conhecida por escrever livros ambientados em distopias segregacionistas, e pelo Chris Chibnall, showrunner da série, é um exemplo daqueles episódios de Doctor Who que arrumam um jeito de contar um evento da História de forma divertida, com leves aspectos de ficção-científica inseridos nele. Tiveram certos momentos nesse episódio que me fizeram esquecer, por alguns instantes, que eu estava assistindo um programa de ficção-científica com alienígenas e viagem no tempo. E por isso, eu considero esse o melhor episódio da temporada até agora, por manter a História como trama principal e colocar a ficção-científica como segundo plano.
(Segregationist America, for me, is one of the best and most interesting themes to work on in the movies, as it has the capacity to move and aware the public. An example of a movie in this style is the acclaimed “The Help”, released in 2011. And when I knew that the new season of Doctor Who would include an episode set in the segregation times in the US, with Rosa Parks, a symbol of the American black movement, who was arrested for refusing a bus seat to white people, as one of the central characters, I immediately got excited. And the episode managed to attend all my expectations. The script, written by debut screenwriter Malorie Blackman, who is known for writing books set in segregational dystopias, and by Chris Chibnall, the show's showrunner, is an example of one of those Doctor Who episodes that find a way to tell an event in History in an entertaining way, with light aspects of sci-fi inserted in it. There were certain moments in this episode that made me forget, for a few instants, that I was watching a sci-fi show with aliens and time travel. And because of that, I consider it to be the best episode of the season so far, for keeping History as a main plot and putting sci-fi as a background.)



As atuações continuam sendo muito boas. Jodie Whittaker continua tendo energia e carisma de sobra, assim como muita coragem, como a Doutora, dando uma revigorada na personagem. Bradley Walsh continua sendo o melhor dos três acompanhantes, na minha opinião, como Graham, servindo mais uma vez como alívio cômico, trazendo um humor necessário em um roteiro predominantemente sério. Tosin Cole e Mandip Gill têm um desenvolvimento mais profundo nesse episódio como Ryan e Yaz, em uma cena específica onde os dois discutem sobre preconceito, e eu estou torcendo muito para que esses dois fiquem juntos no final da temporada. Mas quem realmente brilha nesse episódio é a atriz convidada Vinette Robinson como Rosa Parks. Ela arrasa no sotaque, na voz da Rosa, e a atuação dela é, provavelmente, a melhor interpretação de uma figura histórica no programa desde Tony Curran como Van Gogh em “Vincent and the Doctor”, realmente incrível.
(The performances continue to be very good. Jodie Whittaker keeps on having energy and charisma to spare, as well as a lot of courage, as the Doctor, revigorating the character. Bradley Walsh keeps on being my favorite of the three companions as Graham, serving once again as a comic relief, bringing necessary humor into a predominantly serious script. Tosin Cole and Mandip Gill have a deeper development in this episode as Ryan and Yaz, in a specific scene where the two discuss about prejudice, and I am really rooting for these two to end up together by the end of the season. But who really shines in this episode is guest actress Vinette Robinson as Rosa Parks. She nails the accent, Rosa's voice, and her performance is, probably, the best portrayal of an historical figure in the show since Tony Curran as Van Gogh in “Vincent and the Doctor”, it's really amazing.)



O visual e a direção de arte capturam a essência da década de 1950 com perfeição, e eu sempre adoro quando um trabalho de fotografia, combinado com a direção de arte e a produção de design conseguem recriar uma determinada época. As roupas, os hábitos, os cenários, tudo muito lindo. Mais uma vez, essa décima-primeira temporada tem se provado como uma das mais visualmente atraentes da história do programa, com visuais cinematográficos e efeitos especiais de primeira linha.
(The visuals and art direction capture the essence of the 1950s with perfection, and I always love when some cinematography work, combined with art direction and production design, manage to re-create a determined time. The clothes, the habits, the sets, it's all really beautiful. Once more, this eleventh season proving itself to be one of the most visually attractive seasons in the show's history, with cinematic visuals and top-notch special effects.)



Eu costumo não aprofundar muito, mas tem uma cena em particular que eu preciso discutir aqui, então aí vai um alerta de SPOILERS!
(I usually don't deepen much on these reviews, but there's one particular scene I have to discuss here, so here goes a SPOILER alert!)



A cena no ônibus, ambientada no dia 1 de dezembro de 1955, é simplesmente fenomenal. O momento em que Rosa Parks escolhe sentar no ônibus e o motorista ameaça prendê-la e ela simplesmente fala “Pode me prender então” dá vontade de levantar e aplaudir. Foi um momento recriado com os mais meticulosos detalhes. As reações da Doutora e seus acompanhantes ao ver Rosa sendo levada, incapazes de fazer algo para ajudá-la, são de cortar o coração, especialmente a de Graham, que estava em pé, e era um dos brancos pelo qual Rosa, por lei, deveria disponibilizar seu assento no ônibus. E o uso da música “Rise Up” (Levantar, em tradução livre), da Andra Day, torna tudo ainda mais emocionante e simbólico, pois Rosa fez exatamente o contrário do que o título da música sugere, e esse simples e corajoso gesto serviu como faísca para que o movimento negro se levantasse e fizesse alguma coisa a respeito. É o melhor uso de uma música moderna em Doctor Who desde o uso de “Chances”, da banda Athlete, no emocionante final de “Vincent and the Doctor”, isso é fato.
(The bus scene, set in December 1st, 1955, is simply phenomenal. The moment in which Rosa Parks chooses to sit on the bus and the driver threatens to arrest her and she simply says “You may do that” gave me the will to give it a standing ovation. It was a moment recreated with the most minimal details. The reactions from the Doctor and her companions by seeing Rosa being taken, unable to do anything to help her, are heartbreaking, especially Graham's, who was standing, and was one of the white people for which Rosa, by law, should've vacated the bus seat. And the use of the song “Rise Up”, by Andra Day, made everything even more emotional and symbolic, because Rosa did exactly the opposite of the song's title, and this simple, courageous gesture sparked the rise of the black movement's actions to do something about it. It is the best use of a modern song in Doctor Who since the use of “Chances”, by Athlete, in the heart-wrenching finale of “Vincent and the Doctor”, that's a fact.)



Acabaram os SPOILERS.
(SPOILERS over.)



Didático, sério e emocionante, “Rosa” é um retorno às raízes educacionais de Doctor Who e uma estreia impressionante da roteirista Malorie Blackman, pela qual eu já estou ansioso pelo possível retorno aos roteiros da série!!

Nota: 9,5 de 10!!

É isso, pessoal! Espero que tenham gostado! Até a próxima,
João Pedro

(Didactical, serious and thrilling, “Rosa” is a return to the educational roots of Doctor Who and an impressive debut by screenwriter Malorie Blackman, and I'm already so excited for her possible screenwriting return to the show!!

I give it a 9,5 out of 10!!

That's it, guys! I hope you liked it! See you next time,
João Pedro)



sábado, 20 de outubro de 2018

"Nasce uma Estrela": Lady Gaga e Bradley Cooper brilham na quarta versão de uma história ainda relevante (Bilíngue)


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E aí, galerinha de cinéfilos! Aqui quem fala é o João Pedro, e venho aqui com a resenha de um dos musicais mais emocionantes dos últimos tempos! É o terceiro remake de uma história primeiramente contada em 1937, mas que continua relevante nos dias de hoje. Sendo a estreia do ator Bradley Cooper na direção, e o primeiro papel principal de Lady Gaga em um filme de Hollywood, vamos falar sobre a versão de 2018 de “Nasce uma Estrela”! Vamos lá!
(What's up, film buffs! I'm back, and I come here with a review of one of the most emotionally charged musicals in recent times! It is the third remake of a story firstly told in 1937, but it remains relevant in these days. As actor Bradley Cooper's directing debut, and Lady Gaga's first main role in a Hollywood movie, let's talk about the 2018 version of “A Star is Born”! Let's go!)



O filme gira ao redor de dois artistas: Jackson Maine (Bradley Cooper), um cantor famoso de renome no mercado musical, e Ally (Lady Gaga), uma garçonete aspirante a cantora. Um dia, Jackson assiste uma performance de Ally e acaba se encantando pelo talento dela. Ele oferece ajuda a ela deixando-a participar de um show dele como convidada especial, e os dois acabam se apaixonando. Depois de sua apresentação, a carreira de Ally desponta, enquanto a de Jackson encontra dificuldades pelo caminho.
(The movie tells the story of two artists: Jackson Maine (Bradley Cooper), a famous, renowned singer in the music market, and Ally (Lady Gaga), a waitress who's a wannabe singer. One day, Jackson watches Ally performing and ends up enchanted by her talent. He offers her help by letting her participate in one of his concerts as a special guest, and the two end up falling in love. After their performance, Ally's career takes off, while Jackson's finds difficulties along the way.)



Quando primeiramente ouvi falar desse filme, pensei que era um filme original que contava a trajetória da carreira da Lady Gaga. Aí, depois, eu vi que era um remake de um filme antigo, que já contava com dois remakes. Antes de ver essa versão, eu vi a de 1954, com Judy Garland e James Mason nos papéis principais. Era bem longo, mas eu adorei. Em setembro, foi lançada a primeira música da trilha sonora (“Shallow”), e eu virei fã na hora. Estava bem animado para ver esse filme, e é com um sorriso enorme no meu rosto que eu digo que esse é, pra mim, o melhor filme do ano até agora. Como é um musical, vamos analisá-lo em partes: o enredo, as atuações, as qualidades técnicas e é claro, a trilha sonora.
(When I first heard of this movie, I thought it was an original film which told Lady Gaga's trajectory as an artist. Then, I saw it was a remake of an old movie, which already had two remakes. Before seeing this version, I saw the 1954 one, with Judy Garland and James Mason in the main roles. It was quite long, but I loved it. In September, the first song in the soundtrack was released (“Shallow”), and I instantly became a fan. I was pretty excited to see this movie, and it's with a smile on my face that I tell you that this is, for me, the best movie of the year so far. As it is a musical, let's analyze it by parts: the plot, the performances, the technical qualities, and of course, the soundtrack.)



O enredo já é conhecido, e acontece a mesma coisa que aconteceu na versão de 1954, só que dessa vez, é concentrado no mundo da música (o de 1954 era concentrado no show business e no cinema). E pra mim, não tem musical melhor do que um musical sobre músicos, porque as músicas ganham um significado duplo quando é desse tipo de filme: elas são tanto um outro modo de expressar os sentimentos quanto o que os personagens fazem da vida. E nós conseguimos ver isso nos personagens de Cooper e Gaga, que se entregam de corpo e alma às canções que eles compõem e apresentam aos grandes públicos. O roteiro, co-escrito por Bradley Cooper, Eric Roth e Will Fetters, consegue ser emocionalmente carregado, comovente e engraçado na dose certa, o que pode impulsionar o filme a ser indicado à Melhor Filme, e Melhor Roteiro Adaptado no Oscar 2019.
(The plot is already known, and the same thing happens here as it did in the 1954 version, only this time, it's focused on the world of music (the 1954 one is focused on showbiz and acting). And for me, there's no better type of musical than a musical about musicians, because the songs get a double meaning in this kind of film: they are both a different way to express one's feelings and what the main characters do for a living. And we can see that in Cooper and Gaga's characters, who give their bodies and souls to the songs they write and perform to the great public. The script, co-written by Bradley Cooper, Eric Roth and Will Fetters, can be emotionally charged, moving, and funny in the right dose, which can lead the film to be nominated for Best Picture and Best Adapted Screenplay in next year's Oscars.)



Caminhando para as atuações, temos aqui a melhor atuação de Bradley Cooper desde o seu papel indicado ao Oscar em “O Lado Bom da Vida”, e provavelmente, ele será indicado por esse também com justiça. Ele consegue interpretar um músico cuja carreira está caindo ladeira abaixo com muita honestidade e realismo, além disso, o cara canta e toca muito bem, sendo uma ameaça quádrupla (diretor, roteirista, produtor e ator) nas premiações do ano que vem. Quem também vem forte como uma das principais candidatas à Melhor Atriz é Lady Gaga, que aqui, está longe de ser a artista cheia de teatralidade das épocas de “Bad Romance” e “Paparazzi”. Temos aqui uma Lady Gaga mais crua, honesta, crível, realista, e esse pra mim é o melhor lado dela. A única atriz que pode atrapalhar o caminho de Lady Gaga ao prêmio é Olivia Colman que com sua aclamada atuação em “A Favorita”, vem arrancando elogios de todo mundo. Mas de um jeito (Atriz), ou de outro (Canção Original), ela vai levar um Oscar por esse filme. Uma coisa importante nos filmes “Nasce uma Estrela” é a química entre os protagonistas, o que deu perfeitamente certo com Cooper e Gaga. Os dois funcionam absurdamente bem juntos, diferente da versão de 1976, com Barbra Streisand e Kris Kristofferson, criticada pela química entre os dois não ser boa. Outros que estão muito bem aqui são Sam Elliott e Dave Chappelle, que dão uma “figura paterna” operante para o personagem de Cooper.
(On the way to the performances, we have here Bradley Cooper's best performance since his Oscar-nominated role in “Silver Linings Playbook”, and he'll, probably, be nominated for this one as well with justice. He manages to portray a musician whose career is falling down the hill with real honesty and realism, besides, the guy can really sing and play, being a quadruple threat (director, writer, producer and actor) in next year's award shows. Who also comes on strong as one of the main contenders for Best Actress is Lady Gaga, who here, is far from being the highly theatrical artist from times of “Bad Romance” and “Paparazzi”. We have here a more raw, honest, believable, realistic Lady Gaga, and that's her best side for me. The only one who can beat her way to the award is Olivia Colman, who, because of her acclaimed performance in “The Favourite”, has been being praised by everyone. But in one way (Actress) or another (Original Song), she will get an Oscar for this movie. One important thing in the “A Star is Born” movies is the chemistry between the main characters, which went perfectly well between Cooper and Gaga. The two work absurdly well together, unlike the 1976 version, with Barbra Streisand and Kris Kristofferson, criticized for the lack of spark in the pair's chemistry. Others who are very well here are Sam Elliott and Dave Chappelle, who give an operating “paternal figure” to Cooper's character.)



Chegando às qualidades técnicas, três coisas são notadas aqui: a direção, a edição e a fotografia. Sendo a estreia de Bradley Cooper na direção, eu nunca pensei que ele se daria tão bem, já sendo um dos principais concorrentes a Melhor Diretor nas premiações do ano que vem, na minha opinião. A edição é bem ágil e certeira, o que é primordial em um musical, e a fotografia é impecável. Os três aspectos combinados fazem do filme uma experiência completamente imersiva para o público, o que é muito legal, pois nós sentimos que estamos vendo um show dos protagonistas enquanto eles cantam. Já estou prevendo uma rajada de prêmios técnicos para esse filme!
(On the technical qualities, three things are noticed here: the direction, the editing and the cinematography. As Bradley Cooper's directing debut, I never expected he would do so well, headlining the contenders for Best Director in next year's award shows, in my opinion. The editing is very agile and fast-paced, which is primordial in a musical, and the cinematography is flawless. The three aspects combined make the movie a completely immersive experience for the audience, which is very nice, as we feel like watching a concert of the main characters while they're singing. I can already predict a handful of technical awards for this movie!)



E por último, mas não menos importante, o que faz de um musical um musical, a trilha sonora. Composta quase inteiramente de músicas originais escritas por Gaga e Cooper, a trilha se torna um personagem ativo no filme, emocionando o público e dando aquela vontade de soltar a voz no meio do cinema. Para mim, as canções mais acústicas, como “Shallow”, “Maybe It's Time” e “Always Remember Us This Way”, funcionam melhor do que as canções mais animadas, mas isso é do gosto de cada um. Essas três canções têm altas chances de serem indicadas e, talvez, até ganharem os prêmios de Melhor Canção Original em 2019. Elas são efetivas, emocionantes, grudentas, e belíssimas. Se “La La Land” faturou os prêmios de trilha sonora e canção original em 2017, ano que vem será a vez desse filme. E com justiça, pois essa trilha sonora é altamente viciante.
(And at last, but not least, what makes a musical a musical, the soundtrack. Composed almost entirely by original songs written by Gaga and Cooper, the soundtrack becomes an active character in the film, thrilling the audience and giving them the will to sing it out loud in the middle of the theater. To me, the acoustic-ish songs, like “Shallow”, “Maybe It's Time” and “Always Remember Us This Way”, work better than the pop-ish songs, but that's on each person's taste in music. These three songs have high chances of being nominated and, maybe, even win the Best Original Song awards in 2019. They are effective, emotional, catchy and gorgeous. If “La La Land” scooped up the original score and song awards in 2017, next year it'll be this movie's turn to do it. And with justice, because this soundtrack is highly addictive.)



Resumindo, a versão de 2018 de “Nasce uma Estrela” é uma experiência imersiva altamente emocionante e realista, sonoramente prazerosa, que extrai o melhor de seus protagonistas, e marca um começo promissor para Bradley Cooper na direção e Lady Gaga na atuação. Ah, e é o melhor filme do ano até agora também.

Nota: 10 de 10!!

É isso, pessoal! Espero que tenham gostado! Até a próxima,
João Pedro

(In a nutshell, the 2018 version of “A Star is Born” is a highly emotional, realistic, sonorously thrilling immersive experience, that extracts the best out of its main actors, and marks a promising start for Bradley Cooper in directing and Lady Gaga in acting. Oh, and it's also the best movie of the year so far.

I give it a 10 out of 10!!

That's it, guys! I hope you liked it! See you next time,
João Pedro)



segunda-feira, 15 de outubro de 2018

"Doctor Who: The Ghost Monument": o retorno de uma velha amiga e o início de um novo mistério (Bilíngue)


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E aí, galerinha de cinéfilos! Aqui quem fala é o João Pedro, e semana passada, eu postei uma enquete na página do Facebook do meu blog se vocês, os leitores, queriam que eu fizesse resenhas dos episódios subsequentes da décima-primeira temporada de Doctor Who. A resposta foi um unânime “sim”, então aqui vai a resenha do segundo episódio da nova era da série, intitulado “The Ghost Monument” (O Monumento Fantasma). Vamos lá!
(What's up, film buffs! João Pedro here, and last week, I posted a poll in my blog's Facebook page if you, the readers, would like me to review the following episodes of the eleventh season of Doctor Who. The response was an unanimous “yes”, so here is the review of the second episode of the show's new era, titled “The Ghost Monument”. Let's go!)



O episódio começa exatamente onde o primeiro terminou, e acompanha a Doutora (Jodie Whittaker) e seus amigos Yaz (Mandip Gill), Ryan (Tosin Cole) e Graham (Bradley Walsh) em uma corrida contra o tempo em um planeta desolado para achar a TARDIS desaparecida, e eles se encontram em um rali competido entre dois pilotos intergalácticos (Susan Lynch e Shaun Dooley), que possuem o objetivo de achar o “monumento fantasma”.
(The episode starts right where the first one ended, and follows the Doctor (Jodie Whittaker) and her friends Yaz (Mandip Gill), Ryan (Tosin Cole) and Graham (Bradley Walsh) in a race against time in a deserted planet to find the missing TARDIS, and they find themselves in a rally competed between two intergalactic pilots (Susan Lynch and Shaun Dooley), who have the objective to find the “ghost monument”.)



Depois de um primeiro episódio prioritariamente introdutório, “The Ghost Monument” já parte para a ação, com um roteiro preciso e que vai direto ao ponto escrito por Chris Chibnall, showrunner da série, que consegue já trazer referências recentes ao episódio anterior, e introduzir intrigantes conceitos novos, que poderão servir como o mistério que será desenvolvido ao longo da temporada e resolvidos no final dela (algo parecido aconteceu com “o Híbrido” na nona temporada do programa). O roteiro possui uma dose certa de tudo o que faz Doctor Who uma série boa: humor adequado para toda a família, momentos tensos, emocionantes, e cenas épicas de batalha, e isso mostra porque Chris Chibnall, mesmo tendo escrito pouco até agora para a série, é a pessoa certa para guiar essa nova era desse programa icônico.
(After a primarily introductory episode, “The Ghost Monument” goes straight to the action, with a precise, to-the-point script written by Chris Chibnall, who is the show's current showrunner, which can already bring some recent references to the previous episode, and introduce intriguing new concepts, which can serve as the mystery that will be developed through the season and solved in its conclusion (something similar happened with “the Hybrid” in the show's ninth season). The script has a certain dose of everything that makes Doctor Who a good show: family-adequate humor, tense and thrilling moments, and epic battle scenes, and that shows why Chris Chibnall, who has written so little for the show so far, is the right person to guide the new era of this iconic TV program.)



As atuações continuam sendo muito boas. Jodie Whittaker continua esbanjando energia, carisma e confiança em sua versão do Doutor. A dinâmica entre Ryan (Tosin Cole) e Graham (Bradley Walsh) é um dos melhores aspectos no enredo dessa temporada. Devido aos acontecimentos do episódio anterior, os roteiros devem dar um tempo necessário para desenvolver essa dinâmica para que, no final dessa temporada, possa ter uma conclusão emocionante. A química entre a Doutora e seus acompanhantes também é excelente, parece até que eles já são amigos do peito nesse segundo episódio, e essa é outra coisa muito boa do enredo, o fato do Doutor tratar seus acompanhantes como amigos, algo que raramente vi nas temporadas anteriores. Os atores convidados, mesmo com pouco tempo de tela, têm o potencial de criar simpatia com os espectadores e fazer com que os mesmos se importem com eles, e isso, mesmo que seja o único episódio em que eles apareçam, é muito bem-vindo.
(The performances keep on being very good. Jodie Whittaker continues to bring energy, charisma and confidence in her version of the Doctor. The connection between Ryan (Tosin Cole) and Graham (Bradley Walsh) is one of the best aspects in this season's plot. Due to what happened on the previous episode, the scripts should give the needed time to evolve that connection, so that, by the end of the season, there might be a thrilling, emotional conclusion to it. The chemistry between the Doctor and her companions is also excellent, it seems that they are already close friends in this second episode, and that is another really good thing about the plot, the fact in which the Doctor treats his (or her) companions as friends, something I've rarely seen in previous seasons. The guest actors, even with little screen time, have the potential to create sympathy with the viewers and make those people care about them, and that, even if it's the only episode in which they show up, is very welcome.)



O visual continua sendo incrível. Uma curiosidade é que esse episódio em particular foi gravado na África do Sul, contando com vários cenários de tirar o fôlego, resultando em um dos melhores trabalhos de fotografia da série até agora. A mesma coisa sobre os efeitos especiais, que estão níveis acima dos efeitos de temporadas anteriores. O visual cinematográfico da temporada, que faz uso de lentes anamórficas nas câmeras, combinado com os efeitos visuais de primeira classe fazem essa temporada parecer um filme de sci-fi épico de 10 horas de duração. Se essa qualidade for mantida pelo restante da temporada, essa é definitivamente a temporada mais visualmente bela do programa até agora.
(The visuals keep on being awesome. One curiosity about it is that this particular episode was filmed in South Africa, counting with several breathtaking scenarios, resulting in one of the best cinematography works in the series so far. The same thing can be said about the visual effects, which are levels above previous seasons' special effects. The cinematic visuals of the season, which uses anamorphic lenses in its cameras, combined with the first-class visual effects make this season look like a 10-hour epic sci-fi film. If they keep this quality throughout the season, this is definitely the show's most visually beautiful season so far.)



Duas coisas icônicas para o programa fizeram seu retorno triunfal nesse episódio:
  1. A abertura (e a música-tema): Precisa e curta, essa nova abertura faz uso de efeitos especiais para criar uma certa nostalgia à série clássica, o que também pode ser dito sobre a música-tema composta por Segun Akinola, que consegue reinventar a icônica melodia atual, mas mesmo assim contando com sons que marcaram a abertura da série clássica. Tanto a abertura quanto a música-tema ficaram excelentes;
  2. A TARDIS: Eu tenho que confessar, quando eu ouvi o barulhinho da TARDIS se materializando, eu quase gritei de tanta animação. A icônica cabine policial mudou, tanto internamente quanto externamente. Para tanto um aspecto quanto o outro, devo parabenizar a equipe de direção de arte, pois ela conseguiu reinventar a máquina do tempo, adicionando várias coisas novas e ao mesmo tempo, evocando uma nostalgia aos tempos de David Tennant. Se eu posso confirmar uma coisa, é que essa TARDIS ficou linda!!
(Two iconic things about the show made their triumphant return in this episode:
  1. The opening sequence (and the theme song): precise and short, this new opening sequence makes use of visual effects to create a certain nostalgia to the classic series, which can also be said about the theme song composed by Segun Akinola, who can reinvent the iconic current melody adding sounds that marked the opening sequence of the classic series. Both things were excellent;
  2. The TARDIS: I have to confess, when I heard the TARDIS materializing, I almost screamed of excitement. The iconic police box has changed, inside and outside. For both aspects, I must congratulate the production design team, because they reinvented the time machine by adding several new stuff and at the same time, evoking some nostalgia to the David Tennant era. If I can confirm anything, it's this: this TARDIS is gorgeous!!)


Preciso e nostálgico, “The Ghost Monument” marca o retorno de uma velha amiga e o início de um novo mistério, enquanto mostra tudo o que faz de Doctor Who uma série ótima!

Nota: 9,0 de 10!!

É isso, pessoal!! Espero que tenham gostado!! Até a próxima,
João Pedro

(Precise and nostalgic, “The Ghost Monument” marks the return of an old friend and the beginning of a new mystery, while showing everything that makes Doctor Who a great show!

I give it a 9,0 out of 10!!

That's it, guys!! I hope you liked it!! See you next time,
João Pedro)



sexta-feira, 12 de outubro de 2018

"Paddington": uma franquia infantil que consegue encantar tanto crianças quanto adultos (Bilíngue)


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E aí, galerinha de cinéfilos!! Aqui quem fala é o João Pedro, e eu venho falar de uma franquia de filmes que me pegou de surpresa. Eu fui ver com expectativa zero e acabei me surpreendendo pela qualidade técnica e narrativa dela. É uma franquia infantil, mas que com certeza, irá conquistar o coração de vários adultos com seu visual e charme. Meus amigos, essa provavelmente deve ser a melhor franquia infantil dos últimos tempos. Vamos falar sobre a franquia “Paddington”, baseada nos livros de Michael Bond. Vamos lá!
(What's up, film buffs!! João Pedro here, and I have come to speak about a film franchise that surprised me. I went to see it with no expectations at all and I ended up surprised by its technical and narrative quality. It's a children's franchise, but it will surely conquest the hearts of several adults with its visuals and charm. My friends, this is probably the best children's franchise in recent times. Let's talk about the “Paddington” franchise, based on the books by Michael Bond. Let's go!!)



Então, o bom da franquia “Paddington” é que os filmes não possuem uma continuidade exata, de maneira que não é 100% necessário ver o primeiro filme para entender o segundo. O necessário é entender a base: Paddington (interpretado brilhantemente pela voz de Ben Whishaw) é um urso amante de marmelada que veio do Peru para Londres à procura de um lar, depois que um desastre ecológico destrói sua casa. Ele acha conforto com os Browns, uma família de humanos que, ao meio de muitos conflitos, vai aprendendo a gostar do ursinho. Mas o melhor é realmente ver os dois filmes na sequência, pois além de muito bons, há partes importantes, que não fazem parte da base, para o desenvolvimento do personagem-título.
(So, the good thing about the “Paddington” franchise is that its movies don't have a precise sense of continuity, in a way that it's not 100% necessary to see the first movie to understand the second one. The necessary is to understand the basis: Paddington (voiced brilliantly by Ben Whishaw) is a marmalade-loving bear that traveled from Peru to London in the search for a home, after a natural disaster destroys his own home. He finds comfort with the Browns, a family of humans which, in the midst of several conflicts, learns to enjoy the little bear's company. But the best thing is to really see both movies back-to-back, because, apart from both being very good movies, there are important parts, which aren't part of the basis, for the development of the title character.)



A narrativa do primeiro filme (conhecido no Brasil como “As Aventuras de Paddington”), pelo menos, é bem previsível. Você sente que você já viu aquele enredo em algum lugar. Para as crianças isso passa despercebido, mas para os cinéfilos, como eu e você, isso é até perceptível. Mas o que impede o filme de ser completamente derivativo é o modo de se contar essa história. Em vez de um humano, temos um urso à procura de um lar. E tanto os Browns como os vizinhos e pessoas que Paddington conhece o tratam como um ser humano normal, mesmo ele sendo de uma espécie totalmente diferente. E isso chega a ser muito engraçado em algumas partes do filme. Antes de assisti-lo, eu só me senti atraído por ele pelo envolvimento do Peter Capaldi (que foi o Décimo-Segundo Doutor em Doctor Who), mas depois, vi que tinha muita coisa para se gostar ali. O elenco de peso, que inclui Hugh Bonneville (de Downton Abbey), Sally Hawkins (de A Forma da Água), Julie Walters (de Harry Potter e Mamma Mia), Nicole Kidman, e por aí vai; os visuais, bem coloridos e vibrantes; o trabalho de câmera, bem simétrico, o que me fez pensar que esse filme se daria muito bem se tivesse sido dirigido pelo Wes Anderson; e o senso de humor, que mantém as crianças entretidas e ao mesmo tempo, esconde algumas piadinhas para os adultos.
(The narrative of the first film, at least, is very predictable. You feel like you have already seen that plot somewhere. To the kids, that goes unnoticed, but for the film buffs, like you and me, it is a little noticeable. But what stops the film from being completely derivative is the way of telling that story. Instead of a human, we have a bear looking for a home. And, along with the Browns, the neighbors and all the people that Paddington gets to meet treat him like an ordinary human being, even though he's from a completely different species. And that gets really funny in some parts of the film. Before watching it, I only felt attracted to it because Peter Capaldi (who played the Twelfth Doctor in Doctor Who) was in it, but after watching it, I saw that there's a lot of stuff to like there. The cast, which includes Hugh Bonneville (from Downton Abbey), Sally Hawkins (from The Shape of Water), Julie Walters (from Harry Potter and Mamma Mia), Nicole Kidman, and it goes further; the visuals, which are very colorful and vibrant; the camerawork, which is very symmetric, and it made me think that this movie would do very well if it had been directed by Wes Anderson; and the sense of humor, that keeps the kids entertained and at the same time, hides some inside jokes for the grown-ups.)







E isso tudo foi só em 2014. 3 anos depois, veio “Paddington 2”, com a volta do diretor e roteirista Paul King, e todo o elenco principal do filme original, o que, convenhamos, é sempre uma coisa boa. Se o elenco do primeiro filme não teve o peso suficiente, foram adicionados ao elenco do segundo filme Hugh Grant e Brendan Gleeson, dois nomes de grande peso no mercado de cinema britânico. E o filme repete quase a mesma fórmula que fez o primeiro filme ser tão bom. E, diferente da maioria das vezes, funcionou perfeitamente. Não é tão previsível quanto o enredo do primeiro filme, mas repete algumas piadas que marcaram o humor do primeiro, e referências como essas sempre são bem-vindas. Todo o elenco está bom, cada um tem seu momento de brilhar, mas quem rouba a cena no segundo filme é o Hugh Grant, que está muito engraçado como um ator decadente forçado a trabalhar como garoto-propaganda para uma marca de ração para cachorros. O filme novamente capricha nos visuais, com um uso grande das cores em tom pastel (mais uma referência ao estilo do Wes Anderson), tem uma simetria perfeita no trabalho de câmera e tem um senso de humor atraente tanto às crianças quanto aos adultos, e isso é sempre bom. Se brincar, “Paddington 2” é o melhor filme que eu vi em 2018 até agora, e não é brincadeira, é porque é muito bom mesmo.
(And all that was in 2014. 3 years later, comes “Paddington 2”, with the return of director-screenwriter Paul King, and the entire main cast of the original film, which, let's say it, it's always a good thing. If the cast of the first film wasn't heavy enough, the second film adds Hugh Grant and Brendan Gleeson to the cast, two very heavy names on the British movie market. And the film repeats most of the formula that made the first film so good. And, unlike most times that is made on movie franchises, it worked perfectly. It's not as predictable as the plot from the first film, but it recycles some jokes that marked its humor, and references like that are always welcome. The whole cast is good, each one has their moment to shine, but the real scene stealer here is Hugh Grant, who is really funny as a decadent actor who is forced to work for ads on dog food. The film again has rapturous visuals, with a strong use of pastel colours (another reference to Wes Anderson's style), it has a perfect symmetry on the camerawork, and the sense of humor is as attractive to kids as it is to adults, and that is always good. Speaking for real, “Paddington 2” is the best movie I've seen in 2018 so far, and that's not kidding, it's because it's really, really good.)







Resumindo, a franquia “Paddington” tem dois filmes fantásticos, visualmente atraentes, com elencos extremamente talentosos, capazes de encantar tanto o público infantil quanto o público adulto. E se for possível, assista no idioma original para ouvir o quanto a voz de Ben Whishaw combina com a fofura do ursinho. Mal posso esperar pelo futuro dessa promissora franquia!!

Nota: 10 de 10!!

É isso, pessoal! Espero que tenham gostado!! Até a próxima,
João Pedro

(In a nutshell, the “Paddington” franchise has two fantastic, visually attractive films, with extremely talented casts, which are capable to warm the hearts of children and adults, boosted by Ben Whishaw's amazingly cute voice performance as the title character, which fits him perfectly. I can't wait for the future of this promising franchise!!

I give it a 10 out of 10!!

That's it, guys!! I hope you liked it!! See you next time,
João Pedro)