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domingo, 28 de outubro de 2018

"The Rocky Horror Picture Show": um filme tipo B com uma trilha sonora tipo A (Bilíngue)


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E aí, galerinha de cinéfilos! Aqui quem fala é o João Pedro, e venho aqui com a resenha do filme que eu considero ser o melhor musical de todos os tempos! Não é pra todo mundo, tem estilo de sobra, é uma homenagem aos filmes B de ficção-científica e terror dos anos 40 e 50, tem uma trilha sonora incrivelmente viciante e conta com uma performance inesquecível do maravilhoso Tim Curry no papel principal. Vamos falar sobre o estranho e absurdamente divertido “The Rocky Horror Picture Show”! Vamos lá!
(What's up, film buffs! I'm back, with the review of what I consider to be the best movie musical of all time! It's not for everyone, it has huge amounts of style, it is an homage to sci-fi and horror B movies from the 40s and 50s, it has an incredibly addictive soundtrack and it counts with an unforgettable performance by the wonderful Tim Curry in the main role. Let's talk about the weird and absurdly fun “The Rocky Horror Picture Show”! Let's go!)



O filme conta com um dos enredos mais absurdos que eu já vi: um casal recém-noivo (Barry Bostwick e Susan Sarandon) se vê perdido no meio de um temporal com um carro defeituoso, e eles encontram refúgio no castelo de um cientista maluco, o Dr. Frank-N-Furter (Tim Curry), um alienígena transsexual que vem construindo um experimento peculiar: um homem loiro musculoso (Peter Hinwood), no melhor estilo Frankenstein.
(The film has one of the most absurd plots I've ever seen: a recently engaged couple (Barry Bostwick and Susan Sarandon) find themselves lost in the middle of a storm with a malfunctioning car, and they find refuge in the castle of a mad scientist, Dr. Frank-N-Furter (Tim Curry), a transexual alien who has been building up a peculiar experiment: a blonde, muscular man (Peter Hinwood), Frankenstein-style.)



A primeira vez que ouvi falar de Rocky Horror foi em um episódio temático do musical da série Glee, da qual eu era fã nas duas primeiras temporadas, mas como eu era muito novo ainda para ver (o filme é de 18 anos), deixei quieto. Mas aí, 3 anos depois, veio “As Vantagens de Ser Invisível”, que contava como plot point uma apresentação de Rocky Horror feita pelos protagonistas. Gostei bastante das músicas apresentadas tanto em Glee quanto em “As Vantagens...”, então, eu vi o filme.
E cara, que filme esquisito. Mas no bom sentido. Funciona tanto como uma paródia como uma homenagem aos filmes B citados acima, e tem de tudo um pouco nesse filme. Tem aventura, comédia, terror, romance, suspense, e acima de tudo, tem músicas. E é cada uma melhor do que a outra! É impossível não querer dançar ao som de “Time Warp” ou “Hot Patootie”, ou cantar junto em “Dammit Janet” ou “Science Fiction Double Feature”, a trilha sonora desse filme é simplesmente irresistível.
(The first time I heard about Rocky Horror was because of a thematic episode of TRHPS in Glee, and I was a big fan of it during the first two seasons, but as I was too young to see the film (it's R-rated), I let it be. But then, 3 years later, “The Perks of Being a Wallflower” came into the picture, and it has a Rocky Horror performance by the main characters as a plot point. I really liked the songs performed in Glee and “Perks”, so I watched the film. And man, what a weird film. But in a good way. It works as a parody and a homage to the B movies cited above, and there's a bit of everything in this movie. There's adventure, comedy, horror, romance, suspense, and above everything, there are songs. And it's one hit after the other! It's impossible not wanting to dance to the sound of “Time Warp” or “Hot Patootie”, or sing along to “Dammit Janet” or “Science Fiction Double Feature”, the soundtrack for this film is simply irresistible.)



As interpretações do elenco são muito boas. Deve-se tomar em conta que a maioria do elenco desse filme fez parte das montagens da Broadway e do Reino Unido do musical que deu origem ao filme, chamado Rocky Horror Show, escrito pelo Richard O'Brien, que aqui faz o papel do mordomo Riff Raff, além da voz dos lábios em “Science Fiction Double Feature”. Barry Bostwick e Susan Sarandon (ambos com poucos filmes no currículo na época desse filme) interpretam os inocentes Brad e Janet com maestria, contando com diálogos que, às vezes, podem parecer clichê, mas a química entre os dois é inegável. Patricia Quinn, Nell Campbell e Richard O'Brien, que aqui interpretam Magenta, Columbia e Riff Raff, respectivamente, arrasam como os ajudantes do Dr. Frank-N-Furter, contando com momentos musicais memoráveis, como a inesquecível e dançante “Time Warp”. Jonathan Adams e Charles Gray são hilários como o Dr. Everett Scott, um cientista rival, e o Criminologista, o narrador do filme, e contam com alguns dos momentos mais engraçados aqui. Mas quem rouba a cena é Tim Curry, que estreou no cinema com esse filme, como o Dr. Frank-N-Furter, contando com uma das entradas triunfais mais icônicas do cinema cult, ao som da hilária “Sweet Transvestite”, e ele expande a capacidade vocal aqui em “Fanfare/Don't Dream It” e “I'm Going Home”, ambas sensacionais. No quesito atuações e capacidades vocais do elenco, The Rocky Horror Picture Show arrasou!
(The cast's performances are very good. It must be told that most of the film's cast was a part of the Broadway and West End productions of the musical that served as a basis to the movie, named The Rocky Horror Show, written by Richard O'Brien, who plays butler Riff Raff here, along with voicing the lips in “Science Fiction Double Feature”. Barry Bostwick and Susan Sarandon (both with very few films in their curriculum at the time) play the innocent Brad and Janet masterfully, counting with dialogues that, sometimes, may sound like a cliche, but the chemistry between the two is undeniable. Patricia Quinn, Nell Campbell and Richard O'Brien, who here, play Magenta, Columbia and Riff Raff, respectively, nail it as Dr. Frank-N-Furter's helpers, counting with memorable musical moments, like the unforgettable and dance-worthy “Time Warp”. Jonathan Adams and Charles Gray are hilarious as Dr. Everett Scott, a rival scientist, and the Criminologist, the film's narrator, and have some of the funniest moments in the movie. But who steals the scene is Tim Curry, in his film debut, as Dr. Frank-N-Furter, who has one of the most iconic triumphant entrances in cult cinema, with the hilarious “Sweet Transvestite” as a soundtrack, and he expands his vocal abilities here in “Fanfare/Don't Dream It” and “I'm Going Home”, both amazing. When we talk about acting and vocal capacities of the cast, The Rocky Horror Picture Show nailed it!)



O filme só teve US$ 1 milhão de orçamento aproximadamente, e era até razoável comparado com os filmes que lançaram no mesmo ano, como “Tubarão” (US$ 9 milhões) e “Um Estranho no Ninho” (US$ 3 milhões). Aspectos técnicos que valem a pena serem notados em Rocky Horror são a direção de arte, o figurino, a maquiagem e os efeitos especiais. O castelo do Dr. Frank-N-Furter tem um quê de mansão mal-assombrada, misturado com laboratório de cientista maluco, e isso funciona muito bem. O figurino e a maquiagem funcionam muito bem juntos, pois o uso em grande porte da maquiagem dá um tom de mistério e até ameaça ao Dr. Frank-N-Furter e seus ajudantes. E os efeitos especiais são toscos, mas com motivo: como o filme era pra ser uma homenagem aos filmes B dos anos 40 e 50, os efeitos foram feitos tentando replicar os efeitos daquela época, e isso eles fizeram com maestria.
(The film only had US$ 1 million as a budget approximately, and it was quite reasonable compared to the movies released on the same year, like “Jaws” (US$ 9 million) and “One Flew Over the Cuckoo's Nest” (US$ 3 million). Technical aspects worthy of being noticed in Rocky Horror are the art direction, the costume design, the makeup and the special effects. Dr. Frank-N-Furter's castle has a hint of haunted mansion combined with a mad scientist's lab, and that works out fine. The costumes and the makeup are great together, as the large use of makeup gives a tone of mystery and even threat to Dr. Frank-N-Furter and his helpers. And the special effects are cheesy, but with a reason: as the movie's supposed to be a homage to the B movies from the 40s and 50s, the effects were made trying to replicate the effects in that time, and they've done that masterfully.)



Agora, vamos falar da obra-prima que é a trilha sonora de The Rocky Horror Picture Show. Abrindo o filme com um par de lábios vermelhos cantando a memorável “Science Fiction Double Feature”, uma música que faz várias referências à filmes de monstros e criaturas antigos, nós já nos sentimos imersos no filme que iremos assistir. Chegando ao castelo, temos os hits “Time Warp” e “Sweet Transvestite”, que possuem um tom mais de rock, assim como a irresistível “Hot Patootie”, que conta com os vocais do cantor de rock Meat Loaf. Todas as músicas, inclusive as mais lentas, são instantaneamente viciantes, com o filme se tornando uma ópera de rock com tons de terror e ficção-científica. Ainda sonho em ver o musical ao vivo, ou o filme no cinema, para fazer parte da icônica participação da plateia, que vem perdurando até hoje, com Rocky Horror sendo o filme mais exibido em cinemas de todos os tempos, mais normalmente na época do Halloween em sessões da meia-noite, pelas quais o filme ficou mais famoso. Honestamente, a trilha sonora de The Rocky Horror Picture Show, pra mim, pode ser uma das melhores trilhas de musicais de todos os tempos, de tão boa que é!
(Now, let's talk about the masterpiece that takes form as the soundtrack. Opening the film with a pair of red lips singing the memorable “Science Fiction Double Feature”, a song that references several monster and creature films, we already feel imersed in the movie we're about to watch. Getting to the castle, we have the hits “Time Warp” and “Sweet Transvestite”, which possess a rock-ish taste to them, just like the irresistible “Hot Patootie”, sung by rock singer Meat Loaf. All the songs, even the slower ones, are instantly addictive, turning the film into a sci-fi-horror rock opera. I still dream of seeing the musical live, or watching the film in a theater, to be a part of the iconic audience participation, which keeps on coming to this day, with Rocky Horror being the most shown film in theaters of all time, normally around Halloween in midnight screenings, for which the film became most famous. Honestly, the soundtrack to The Rocky Horror Picture Show, for me, may be one of the best musical soundtracks of all time, because it is so freaking good!)



Icônico, estranho, e extremamente divertido, “The Rocky Horror Picture Show” conta com um enredo absurdo, interpretações memoráveis de seu elenco, e uma trilha sonora que o espectador não tirará da cabeça tão cedo.

(P.S.: Pelo amor de Deus, não vejam o remake feito pra TV de 2016! Não chega nem perto da estranheza e do espírito amador dessa obra-prima de 1975.)

Nota: 11 de 10!

É isso, pessoal! Espero que tenham gostado! Até a próxima,
João Pedro

(Iconic, weird, and extremely fun, “The Rocky Horror Picture Show” counts on an absurd plot, memorable performances by its cast, and a soundtrack that will stay on its viewers' minds for years to come.

(P.S.: For the love of all that's sacred, do not watch the 2016 made-for-TV remake! It doesn't come even close to the weirdness and amateur spirit of this 1975 masterpiece.)

I give it an 11 out of 10!

That's it, guys! I hope you liked it! See you next time,
João Pedro)



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