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E aí, meus caros cinéfilos! Tudo bem com vocês? Estou de volta, com a próxima parte da nossa postagem especial sobre animações diferentes. Na resenha de hoje, falarei especificamente sobre o trabalho de um animador estadunidense que já foi indicado a 2 Oscars por maravilhosos curtas-metragens que fazem uso de uma mistura surreal de visuais para abordar temas surpreendentemente comoventes e relevantes. Então, sem mais delongas, vamos falar sobre o trabalho de Don Hertzfeldt. Vamos lá!
(What's up, my dear film buffs! How are you guys doing? I'm back, with the next part in our special post on different animated films. In today's review, I'll be specifically talking about the work of an American animator who has already been nominated for two Oscars because of wonderful short films that make use of a surreal mix of visuals to deal with suprisingly moving and relevant themes. So, without further ado, let's talk about the work of Don Hertzfeldt. Let's go!)
Como todo diretor (ou estúdio) de animação, o trabalho de Hertzfeldt também tem suas particularidades, entre elas: o uso de stick figures (ou, em termos mais toscos, “bonecos de palitinho”) como personagens principais; temas existenciais e filosóficos, que dão um teor mais humano à algumas de suas obras; visuais surreais; situações tragicômicas e absurdas pelas quais seus personagens passam; o uso de animação tradicional com papel e caneta (de modo que vários desenhos tiveram que ser feitos para que um curta fosse montado); composições clássicas (como a 9a Sinfonia de Beethoven, e obras de Tchaikovsky) como trilha sonora; e o uso de câmeras antigas de 16 ou 35mm para fotografar seus desenhos, com o auxílio de métodos experimentais de fotografia. Na postagem de hoje, irei fazer um ranking dos sete curtas disponíveis no Blu-ray “Don Hertzfeldt Anthology Collection”, lançado em 2016. Então, com tudo isso dito, vamos começar!
(As it happens with every animation director (or studio), Hertzfeldt's work also has its peculiarities, among them: the use of stick figures as main characters; existential and philosophical themes, which give some of his work a more human touch; surreal visuals; tragicomical and absurdist situations his characters go through; the use of traditional pen-and-paper animation (in a way that several drawings must've been made for a short to be put together); classical music compositions (such as Beethoven's 9th, and the works of Tchaikovsky) as a soundtrack; and the use of antique 16mm or 35mm film cameras to photograph his drawings, with the aid of experimental photography methods. In today's post, I'll rank the seven short films available on the “Don Hertzfeldt Anthology Collection” Blu-ray, released in 2016. So, with all that said, let's begin!)
“BILLY'S BALLOON” (1998) (“O BALÃO DE BILLY”, em tradução livre)
De todos os trabalhos de Hertzfeldt disponíveis nessa coleção, “Billy's Balloon” foi o que teve menos substância. Com uma duração curta de 6 minutos, o último filme estudantil do diretor (feito na Universidade da Califórnia, em Santa Barbara) acompanha um ataque inexplicável à crianças menores de idade por seus balões, que ganham vida própria. A trama é algo que combina com o estilo narrativo de Hertzfeldt, mas não se torna algo que realmente causa uma impressão no espectador. Talvez pelo fato de ser o único curta sem diálogos disponível, “Billy's Balloon” não tem a profundidade temática ou a humanidade que outros trabalhos do diretor iriam alcançar. Mesmo para um curta com uma trama completamente absurda, ao longo de sua curta duração, o espectador pode até ficar um pouco desconfortável com as situações retratadas, por mais surreais que elas sejam. Independente disso, “Billy's Balloon” alcançou um sucesso internacional, sendo exibido no Festival de Cannes, e vencendo mais de 30 prêmios. Você pode assistir a ele aqui: https://www.youtube.com/watch?v=7jksRQcI9NA
(Out of all of Hertzfeldt's work available in this collection, “Billy's Balloon” was the one with less substance to it. With a short running time of 6 minutes, the director's final student film (made in the UC, in Santa Barbara) follows an inexplicable attack on small children by their balloons, which gain a life of their own. The plot is something that fits Hertzfeldt's narrative style, but doesn't become something that really leaves an impression on the viewer. Maybe because it's the only silent film in the collection, “Billy's Balloon” lacks the thematic profoundness and the humanity that the director's other work would achieve. Even though it's a short with a completely absurd plot, throughout its short running time, the viewer can even get a little uncomfortable with the situations portrayed in it, as surreal as they may seem. Independently, “Billy's Balloon” was internationally successful, being screened at the Cannes Film Festival, and winning over 30 awards. You can watch it here: https://www.youtube.com/watch?v=7jksRQcI9NA)
“WISDOM TEETH” (2010) (“DENTES DO SISO”, em tradução livre)
Assim como em “Billy's Balloon”, “Wisdom Teeth” também não tem quase nenhuma substância ou algo a dizer. Como o título sugere, o curta acompanha duas pessoas que decidem tirar os pontos de uma cirurgia envolvendo os dentes do siso de uma delas, com resultados absurdos. O único fator que coloca “Wisdom Teeth” acima de “Billy's Balloon” é o fato dos seus curtos 6 minutos de duração serem quase insuportáveis, no bom sentido. O próprio conceito do curta é algo surreal: por alguma razão inexplicável, o diálogo é em algo parecido com alemão, contando com a disponibilidade de legendas embutidas em inglês para uma melhor compreensão da obra. Ao longo que a trama vai passando, a situação fica cada vez mais absurda, com direito à maior quantidade de sangue em um curta de Hertzfeldt. E o final é simplesmente sensacional. Provavelmente serão os 6 minutos mais longos que um espectador irá vivenciar, mas pelo senso de humor surreal do diretor, cada segundo valerá a pena. Você pode assisti-lo aqui: https://www.youtube.com/watch?v=9W-VGUOiVDc
(As it happens with “Billy's Balloon”, “Wisdom Teeth” also has almost no substance or something to say. As the title suggests, the short film follows two people that decide to pull out the stitches of a surgery involving the wisdom teeth of one of them, with absurd results. The only factor that puts “Wisdom Teeth” above “Billy's Balloon” is that its short 6 minutes are nearly unbearable, in a good way. The short's own concept is something surreal: for some inexplicable reason, the dialogue is in something like German, relying on the availability of embedded English subtitles for a better comprehension of it. Throughout the plot, the situation gets more and more absurd, containing the highest quantity of blood in a Hertzfeldt film. And the ending is simply sensational. It'll likely be the longest 6 minutes a viewer will ever go through, but because of the director's surreal sense of humor, every second will be worth it. You can watch it here: https://www.youtube.com/watch?v=9W-VGUOiVDc)
“THE MEANING OF LIFE” (2005) (“O SENTIDO DA VIDA”, em tradução livre)
Agora, passamos a um trabalho mais bem elaborado, quando se diz respeito às temáticas que Hertzfeldt aborda. “The Meaning of Life” começa com uma série de pessoas, cujas vozes se intercalam, falando qual é o sentido da vida para elas. A partir daí, o diretor dá reviravoltas cada vez mais bizarras para chegar a um final surpreendentemente comovente. A trilha sonora composta por obras de Tchaikovsky ajuda a construir a ambição e a grandiosidade do conceito do curta. E pela proposta, “The Meaning of Life” é o mais perto que Hertzfeldt chegou de abordar (em 12 minutos friamente calculados) a mesma temática que Stanley Kubrick levou quase 2 horas e meia para esclarecer em “2001: Uma Odisseia no Espaço”. O enredo em si tem uma natureza abstrata (assim como o filme de Kubrick), mas a qualidade e a profundidade do trabalho de Hertzfeldt em “The Meaning of Life” é inegável. A montagem consegue transmitir as temáticas da obra com bastante clareza e eficiência, sendo essencial para uma maior compreensão dela. Mesmo que o espectador não entenda totalmente a trama de primeira, ele certamente se sentirá intrigado o bastante para vê-lo mais vezes, para refletir sobre e desvendar o verdadeiro significado do curta. Você pode assisti-lo aqui: https://www.youtube.com/watch?v=xMsyOowMaEY
(Now, we're in a more elaborate work, when it comes to the themes that Hertzfeldt deals with. “The Meaning of Life” starts off with a series of people, whose voices overlap each other, talking about what's the meaning of life for them. From that point, the director twists and turns its plot in bizarre ways to reach a surprisingly poignant ending. The soundtrack, composed by the works of Tchaikovsky, helps in building the ambition and the greatness of the short film's concept. And by its proposal, “The Meaning of Life” is the closest Hertzfeldt came to deal with (in precisely calculated 12 minutes) the same themes Stanley Kubrick took almost two hours and 30 minutes to clarify in “2001: A Space Odyssey”. The plot itself has an abstract nature (just like Kubrick's film), but the quality and the depth of Hertzfeldt's work in “The Meaning of Life” is undeniable. The editing manages to transmit its themes with lots of clarity and efficiency, being essential for a larger comprehension of it. Even though the viewer may not fully understand the plot at first, he'll surely feel intrigued enough to watch it again, in order to reflect on and unfold the short film's true meaning. You can watch it here: https://www.youtube.com/watch?v=xMsyOowMaEY)
“LILY AND JIM” (1997) (“LILY E JIM”, em tradução livre)
Cronologicamente, “Lily and Jim” é o primeiro curta disponível na coleção analisada nessa resenha, mesmo sendo o penúltimo filme estudantil de Hertzfeldt. Acho que nem é preciso dizer que, de todos os curtas, esse tenha a animação mais “primitiva”, sendo lançado um ano antes de “Billy's Balloon” (que já consolidava o que seria o estilo característico do diretor). Mas a animação nem chega a incomodar, porque o tema que o curta aborda é aonde o foco se instala. “Lily and Jim” conta a história de duas pessoas que vão à um encontro às cegas, o qual fica cada vez mais desconfortável ao longo da noite que eles passam juntos. O roteiro do curta lida com a natureza dos relacionamentos de uma maneira bem descontraída e, principalmente, plural, com o curta intercalando entre as cenas da noite dos protagonistas e depoimentos individuais explorando o ponto de vista deles sobre relacionamentos amorosos. É até surpreendente o quão realista “Lily and Jim” chega a ser, em respeito ao tema, retratando um encontro às cegas entre dois desconhecidos com uma precisão inacreditável. O senso de humor presente no roteiro é simplesmente cativante, sem ser exatamente inapropriado. E teve uma fala que me deixou bem impressionado com a capacidade que o diretor tem de criar diálogos (que foi algo bem parecido com o que achei do trabalho de Richard Linklater na Trilogia do Antes), que é assim: “Sabe, relacionamentos são muito parecidos com aqueles pequenos sachês de condimentos em restaurantes de fast-food. Eles são essas coisinhas mágicas que podem durar para sempre em uma estante, mas que, uma vez abertas, ficam ruins rápido demais.” Você pode assisti-lo aqui: https://www.youtube.com/watch?v=KDt-Fz0PLvk
(Chronologically, “Lily and Jim” is the first short film available in the collection being analyzed in this review, even though it's Hertzfeldt's penultimate student film. I think it's needless to say that, out of all shorts, this is the one with the most “primitive” animation, being released one year before “Billy's Balloon” (which already consolidated what would end up being the director's characteristic style). But the animation doesn't even bother the viewer, as the theme it deals with is the main focus of it. “Lily and Jim” tells the story of two people who go on a blind date, which gets more and more uncomfortable as the night they spend together goes by. Its script deals with the nature of relationships in a way that's uncompromised and, mainly, plural, as it transitions between the scenes portraying their night together and individual statements exploring their points of view on romantic relationships. It's downright surprising how realistic “Lily and Jim” turns out to be, regarding its theme, portraying a blind date between two people who don't know each other with an unbelievable precision. The sense of humor in the script is simply captivating, without being exactly inappropriate. And there was a line that left me really impressed with this director's capacity of creating dialogue (something really similar to what I thought of Richard Linklater's work in the Before Trilogy), which goes like this: “You know, relationships are a lot like those little packets of condiments you get at fast-food restaurants. They're these little magical things that can last forever on a shelf, but once you open them up, they go bad really fast.” You can watch it here: https://www.youtube.com/watch?v=KDt-Fz0PLvk)
“REJECTED” (2000) (“REJEITADOS”, em tradução livre)
Esse foi o primeiro curta que indicou Hertzfeldt ao Oscar de Melhor Curta de Animação, e quando alguém vir “Rejected” pela primeira vez com esse fato em mente, é bem provável que essa pessoa não entenderá o porquê. O conceito do curta, como o título sugere, é ser uma série de comerciais e intervalos criados pelo diretor que, por não terem nada a ver com o que a mídia queria transmitir, foram rejeitados pelas emissoras. Só para vocês terem uma ideia do quão aleatório esse curta é, o primeiro “comercial” começa com a seguinte situação: uma pessoa está tendo uma crise existencial porque a colher que ele está segurando é muito grande para uma pequena tigela de cereal. E aí, do nada, uma banana antropomórfica anda até a pessoa e diz “Eu sou uma banana!”. Eu sei o que vocês devem estar pensando: “Que coisa sem sentido! Por quê ISSO foi indicado ao Oscar?”. Exatamente por essa mesma razão: por serem comerciais “sem sentido”. “Rejected” já funciona como uma série de vinhetas engraçadas e absurdas conectadas uma à outra, mas o curta reflete a insignificância e a falta de sentido que os comerciais têm a respeito dos produtos que eles promovem. Sob esse ponto de vista, o curta de Hertzfeldt é uma obra-prima com uma crítica social afiadíssima e nada discreta. Vejam “Rejected” e tentem não rir com as situações absurdas e desconexas que os “comerciais” têm em respeito aos “produtos” que eles promovem. Eu desafio vocês. Vocês podem assisti-lo aqui: https://www.youtube.com/watch?v=W7JyjZI3LUM
(This was the first short that nominated Hertzfeldt to the Oscar for Best Animated Short Film, and when someone sees “Rejected” for the first time with that fact in mind, it's highly likely that they won't understand why. The short's concept, as the title suggests, is to be a series of commercials and commercial breaks created by the director which, because they are unrelated with what the media wanted to transmit, were rejected by major broadcasting companies. Just for you to have an idea of how random this short film is, the first “commercial” starts off with the following situation: a person is having an existential crisis because the spoon he's holding is way too big for a small bowl of cereal. And then, out of nowhere, an anthropomorphic banana walks up to him and says “I'm a banana!”. I know what you might be thinking: “That has no sense! Why was THAT Oscar-nominated?”. Exactly for that reason: for being meaningless commercials. “Rejected” already works as an interconnected series of funny and absurd vignettes, but the short film reflects the insignificance and the disconnection commercials have to the product they're promoting. Under that point of view, Hertzfeldt's short is a masterpiece with a razor-sharp social criticism which isn't discrete at all. Watch “Rejected” and try not to laugh at the absurd and unconnected situations these “commercials” portray regarding their “products”. I dare you. You can watch it here: https://www.youtube.com/watch?v=W7JyjZI3LUM)
“WORLD OF TOMORROW” (2015) (“O MUNDO DO AMANHÔ, em tradução livre)
Esse era um dos curtas de Hertzfeldt que eu estava mais animado para ver, já que vários críticos ao redor do mundo falaram que “World of Tomorrow” foi “um dos melhores filmes da década”. Não “um dos melhores curtas da década”, nem “uma das melhores animações da década”, mas sim um dos melhores FILMES (em geral) da década. E em 17 minutos cuidadosamente construídos, somos introduzidos à fofa Emily, uma garota de 4 anos que recebe uma visita de um clone dela mesma vindo do futuro, a qual deseja mostrar à garota o mundo que ela irá viver em breve. O curta conta com vários conceitos científicos, tais como clonagem, viagem no tempo, viagens interestelares, e todos esses temas complexos são abordados com uma deliciosa simplicidade. A dinâmica entre a Emily de 4 anos e sua clone do futuro é simplesmente cativante, e às vezes hilária. É fascinante ver uma garotinha testemunhando o mundo que ela irá viver em breve, assim como é extremamente emocionante ver o quanto que a clone do futuro já viveu. As técnicas de animação dão um teor extremamente futurista à produção, embora ainda contendo, em sua essência, o estilo característico do diretor. Essa é uma daquelas animações que te faz sentir um turbilhão de emoções ao mesmo tempo: tem uma história fofa, feliz, emocionante e triste ao mesmo tempo. Assim como “Rejected”, “World of Tomorrow” foi indicado ao Oscar de Melhor Curta de Animação (e deveria ter ganho). O sucesso da obra foi tão grande que, dois anos depois, ela ganhou uma sequência, “World of Tomorrow - Episode Two: The Burden of Other People's Thoughts”. E se essa história fizer a mesma coisa que o trabalho que ocupa o primeiro lugar nessa lista, teremos um novo clássico moderno da ficção-científica em nossas mãos. Este é um dos únicos curtas que não estão disponíveis no canal oficial de Hertzfeldt no YouTube, então, se você estiver disposto a gastar um pouco do seu dinheiro suado em um dos melhores curtas de animação dos últimos tempos, você pode comprar ou alugar “World of Tomorrow” no Vimeo aqui: https://vimeo.com/ondemand/worldoftomorrow
(This was one of the Hertzfeldt shorts I was most excited to see, as many critics around the world have said that “World of Tomorrow” was “one of the best movies of the decade”. Not “one of the best short films of the decade”, or “one of the best animated films of the decade, but one of the best MOVIES (in general) of the decade. And in 17 carefully constructed minutes, we're introduced to the cute Emily, a 4-year-old girl who is visited by her clone from the future, who wishes to show her the world she will soon live in. The short contains several sci-fi concepts, such as cloning, time travel, interstellar voyages, and all those complex themes are dealt with the most delicious simplicity. The dynamics between 4-year-old Emily and her clone from the future is simply captivating, and hilarious at times. It is fascinating to see a little girl witnessing the world she'll soon live in, just like it's emotionally shattering to see how much the clone from the future has already lived. The animation techniques give the production a very futuristic feel, while still containing, in its essence, the director's characteristic style. This is one of those animations that make you feel a whirlwind of emotions all at once: it has a cute, happy, emotional and sad story at the same time. Just like “Rejected”, “World of Tomorrow” was nominated for the Oscar for Best Animated Short Film (and should've won it). Its success was so big that, two years later, it got a sequel, “World of Tomorrow – Episode Two: The Burden of Other People's Thoughts”. And if this story does the same thing as the first place in this list, we'll have a new modern sci-fi classic in our hands. This is one of the only shorts not available on Hertzfeldt's official YouTube channel, so, if you're willing to spend a little bit of your hard-earned money on one of the best animated short films in recent times, you can purchase or rent “World of Tomorrow” on Vimeo here: https://vimeo.com/ondemand/worldoftomorrow)
“IT'S SUCH A BEAUTIFUL DAY” (2012) (“O DIA ESTÁ TÃO BONITO”, em tradução livre)
É simplesmente impressionante como um boneco de palitinho consegue acertar em cheio nas emoções do espectador. “It's Such a Beautiful Day” é uma compilação de três curtas (“Everything Will Be OK”, “I Am So Proud of You” e “It's Such a Beautiful Day”), resultando em um curto filme de 1 hora e 2 minutos de duração que conta a história de Bill, um homem que vê suas memórias lentamente sendo perdidas devido à uma doença neurodegenerativa. O filme é narrado pelo próprio diretor, e uma das melhores coisas sobre a narração de Hertzfeldt é o fato dela parecer um tanto mundana, assim como a situação em que o protagonista se encontra. Mas o filme encontra seu maior ponto forte na profundidade temática que ele tem e em como ele aborda a deterioração da saúde mental do protagonista, de um modo simples, calmo, agridoce, e, de fato, lindo. Como “It's Such A Beautiful Day” é uma compilação de 3 curtas, o filme em si é dividido em 3 capítulos, com cada um focando em um aspecto (ou em uma fase) da vida de Bill: o primeiro aborda o diagnóstico e os primeiros efeitos da perda de memória; o segundo foca nos antepassados da doença nos parentes dele; e o terceiro aborda a evolução desse problema nas relações que Bill tem com as pessoas ao seu redor. A montagem e os métodos de animação desse filme são de outro mundo. É feita aqui uma mistura única entre animação tradicional e fotografia experimental que dá um tom surreal bem Lynchiano à obra, e que combina extraordinariamente bem com a condição que o protagonista está passando. A história tem um tom bem melancólico, mas também tem seus momentos engraçados. E eu simplesmente adoro a ambiguidade do final. Como ele pode ser esperançoso e, ao mesmo tempo, agridoce. “It's Such a Beautiful Day” é um dos melhores filmes de animação que eu já vi na minha vida, e definitivamente deveria ter sido indicado ao Oscar de Melhor Filme de Animação, sendo melhor e mais cativante do que “Valente” e “Detona Ralph” combinados. Assim como “World of Tomorrow”, “It's Such a Beautiful Day” não está disponível no canal de Hertzfeldt no YouTube, mas está disponível para compra e aluguel no Vimeo: https://vimeo.com/ondemand/itssuchabeautifulday
(It's simply impressive how a stick figure can hit the jackpot on the viewer's emotions. “It's Such a Beautiful Day” is a compilation of three short films (“Everything Will Be OK”, “I Am So Proud of You” and “It's Such a Beautiful Day”), resulting in a short feature-length film with a running time of 1 hour and two minutes that tells the story of Bill, a man who slowly sees his memories being lost due to a neurodegenerative disease. The film is narrated by the director himself, and one of the best things about Hertzfeldt's voice-over narration is that is sounds very mundane, which fits perfectly with the situation the main character finds himself in. But the film finds its strongest force in its thematic depth and in the way it deals with the deterioration of the protagonist's mental health, in a simple, calm, bittersweet and, indeed, beautiful way. As “It's Such a Beautiful Day” is a compilation of 3 shorts, the film itself is divided into 3 chapters, with each one focusing in an aspect (or in a phase) of Bill's life: the first deals with the diagnostics and the first effects of his memory loss; the second focuses on the previous effects of the disease in his parents; and the third deals with the evolution of this problem in the relationships Bill has with the people around him. The editing and animation techniques used are otherworldly. Here, we have an unique mix between traditional animation and experimental photography that gives it a surreal Lynchian tone, and that is an extraordinarily fine fit with the situation the protagonist is facing. The story has a really melancholic tone, but also has its funny moments. And I simply love the ending's ambiguity. How it can be hopeful and, at the same time, bittersweet. “It's Such a Beautiful Day” is one of the best animated films I've ever seen in my life, and it definitely should've nominated for the Oscar for Best Animated Feature, as it's better and more captivating than “Brave” and “Wreck-It Ralph” combined. Just like “World of Tomorrow”, “It's a Beautiful Day” isn't available on Hertzfeldt's YouTube channel, but it's available for rental and purchase on Vimeo: https://vimeo.com/ondemand/itssuchabeautifulday)
BÔNUS: PIADA DO SOFÁ PARA “OS SIMPSONS” (2014)
(BONUS: COUCH GAG FOR “THE SIMPSONS” (2014))
https://www.youtube.com/watch?v=6i2l-LQ-dXI
É isso, pessoal! Espero que tenham gostado! Até a próxima,
João Pedro
(That's it, guys! I hope you liked it! See you next time,
João Pedro)