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sábado, 25 de julho de 2020

Animações Diferentes - "O Gigante de Ferro": uma história atemporal, comovente e reflexiva para todas as idades (Bilíngue)

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E aí, meus caros cinéfilos! Tudo bem com vocês? Estou de volta, para trazer a próxima parte da nossa postagem especial sobre animações diferentes. Na resenha de hoje, irei analisar um filme que muitas pessoas devem conhecer. Ele faz uso da clássica fórmula de filmes sobre amizade entre “espécies” diferentes, popularizada por “E.T.: O Extraterrestre”, mas com uma característica distinta essencial: ele tem como pano de fundo um dos momentos políticos mais decisivos do século XX. Então, sem mais delongas, vamos falar sobre “O Gigante de Ferro”. Vamos lá!

(What's up, my dear film buffs! How are you guys doing? I'm back, in order to bring to you the next part in our special post on different animated films. In today's review, I'll analyze a film that a lot of people may have heard of. It makes use of the classic formula of films about friendships between different “species”, made popular by “E.T.: The Extraterrestrial”, but with an essential distinct characteristic: its background is one of the most decisive political moments in the 20th century. So, without further ado, let's talk about “The Iron Giant”. Let's go!)



Ambientado durante a Guerra Fria, em uma cidadezinha no estado do Maine, nos EUA, o filme acompanha Hogarth Hughes (voz original de Eli Marienthal), um menino cheio de energia e curiosidade que se torna amigo de um robô alienígena de 15 metros de altura (voz original de Vin Diesel). Determinado em manter seu novo amigo longe de um agente federal paranoico (voz original de Christopher McDonald), Hogarth conta com a ajuda de um artista local (voz original de Harry Connick Jr.), dono de um ferro-velho, para esconder o robô.

(Set during the Cold War, in a little town in Maine, the film follows Hogarth Hughes (voiced by Eli Marienthal), a boy full of energy and curiosity who befriends a 50-foot tall alien robot (voiced by Vin Diesel). Determined in keeping his new friend away from a paranoid federal agent (voiced by Christopher McDonald), Hogarth relies on the help of a local artist (voiced by Harry Connick Jr.), who owns a junkyard, to hide the robot.)



Esse filme é algo que a Disney teria adorado fazer, se a Warner não tivesse feito antes. Tudo sobre “O Gigante de Ferro” (a história, o visual, o desenvolvimento dos personagens, até a trilha sonora) exala toda a espinha dorsal que dominou a Era da Renascença da Disney nos anos 1990, em filmes como “O Rei Leão” e “A Bela e a Fera”. É o primeiro filme dirigido pelo Brad Bird, um nome que pode ser familiar para muitos de vocês, por ele ter ganho dois Oscars de Melhor Filme de Animação, sendo responsável pela direção de dois sucessos da Pixar: “Os Incríveis” e “Ratatouille”. E é simplesmente impressionante ver como o seu primeiro filme, produzido pela Warner Bros. (que, na época, era somente conhecida pelas animações do Batman e dos Looney Tunes), consegue ser melhor, mais engajante, e mais emocionante do que seus trabalhos para a Disney. “O Gigante de Ferro” é mais uma das razões do porquê o Oscar de Melhor Filme de Animação deveria ter sido inventado mais cedo. O roteiro é escrito por Tim McCanlies e Brad Bird, adaptado do livro “O Homem de Ferro”, de Ted Hughes, que, por sua vez, era conhecido por criticar temas relevantes na época de lançamento (na plena Guerra Fria), como o uso de armas e conflitos internos. Quem me conhece sabe que eu simplesmente AMO histórias de ficção ambientadas em eventos da vida real, tais como “O Labirinto do Fauno” (ambientado na Guerra Civil Espanhola) e “A Forma da Água” (ambientado durante a Guerra Fria). E só pelo enredo de “O Gigante de Ferro” ter como base um evento real, já é um motivo para eu ter mais interesse para assisti-lo. Acho que nem é preciso dizer que essa animação é uma obra-prima, que faz o espectador rir, se emocionar e refletir sobre temas muito interessantes, tudo em menos de 1h30min de duração. O primeiro ato faz um trabalho excelente de introdução de seus personagens e da ambientação da trama; tanto que, em alguns aspectos, é até tipico de um filme da Disney feito na mesma época. Vale a pena dizer que, pelo fato de ter, ao mesmo tempo, uma trama pertencente à uma fórmula acessível para todas as idades, e uma ambientação vivenciada por adultos e até idosos, “O Gigante de Ferro” é altamente recomendado para as pessoas de 8 a 80 anos. (Risos) Os personagens são muito bem desenvolvidos, de modo que eles ganham a simpatia ou o desgosto do espectador no primeiro momento deles em tela. E o modo que Bird e McCanlies manipulam a fórmula “E.T.” é simplesmente maravilhoso. O roteiro tem um tom bem uniforme, fazendo uso de momentos engraçados, frenéticos e comoventes para manter o espectador engajado na história e se importando com os personagens. E alguns desses momentos funcionam de uma maneira ainda mais eficiente quando se é mais velho. Uma das melhores coisas aplicadas pelos roteiristas no enredo é esta: simplesmente não há como o espectador não se sentir comovido com a amizade entre o Hogarth e o Gigante de Ferro. A história é extremamente cativante, ao ponto de fazer o espectador sentir um turbilhão de emoções dentro de si. Tal turbilhão é expressado através de risadas e choros, o que desperta vários sentimentos que certamente permanecerão por muito tempo após os créditos finais. E, como quase toda animação diferente que passará por essa postagem, “O Gigante de Ferro” vai além do estilo e da ambientação, e lida com temas muito interessantes, adicionando substância ao filme. A trama aborda, através do personagem-título, o existencialismo e a natureza da humanidade. E é simplesmente emocionante ver um robô, que desconhece a maioria das coisas que ele vê na Terra, acabar sendo mais humano do que qualquer outro personagem nesse filme. Resumindo, o roteiro de “O Gigante de Ferro” faz um ótimo uso de uma fórmula oitentista e de uma ambientação real para contar uma história fictícia comovente, reflexiva, e apropriada para todas as idades.

(This film is something Disney would've loved to do, if Warner hadn't done it first. Everything about “The Iron Giant” (the story, the visuals, the character development, and even the score) lives and breathes the essential core that dominated Disney's Renaissance Era in the 1990s, in films such as “The Lion King” and “Beauty and the Beast”. This is the first film directed by Brad Bird, a name that may be familiar to many of you, because he won 2 Oscars for Best Animated Feature, being responsible for directing two Pixar hits: “The Incredibles” and “Ratatouille”. And it's just impressive how his first film, produced by Warner Bros. (which, at the time, was only known for Batman and Looney Tunes animations), managed to be better, more engaging and more moving than his work for Disney. “The Iron Giant” is one of the many reasons why the Oscar for Best Animated Feature should've been invented sooner. The script was written by Tim McCanlies and Brad Bird, adapted from Ted Hughes's book “The Iron Man”, which, in turn, was known for criticizing themes that were relevant at the time of its release (the Cold War), such as warfare and internal conflict. Who really knows me knows that I LOVE fictional stories set in real-life events, such as “Pan's Labyrinth” (set in the Spanish Civil War) and “The Shape of Water” (set during the Cold War). And just because the plot of “The Iron Giant” has a real-life event as a basis, that's one more reason to get me interested in watching it. I think it's needless to say that this animated film is a masterpiece, which makes the viewer laugh, cry and reflect on interesting themes, all in less than an hour and 30 minutes long. The first act does an excellent job introducing its characters and establishing its setting; which, in some aspects, is even typical of a Disney film produced in the same time. I think it's worth mentioning that, because it has, at the same time, a plot belonging to a universal formula appropriate for all ages, and a setting that many adults and even elders lived through, “The Iron Giant” is highly recommended for people 8 to 80. (LOL) The characters are very well developed, in a way they win the viewer's sympathy or aversion from their first moment on-screen. And the way that McCanlies and Bird manipulate the “E.T.” formula is just wonderful. The script has a really uniform tone, making use of funny, frenetic and moving moments to keep the viewer engaged and caring about its characters. And some of these moments work in a more efficient way when you're older. One of the best things the screenwriters applied to the plot is this: there isn't any way in which the viewer doesn't feel moved by Hogarth and the Iron Giant's friendship. The story is extremely captivating, to the point of making the viewer feel a whirlwind of emotions inside. That whirlwind, in turn, is expressed through laughter and crying, which awake several feelings that will certainly remain long after the credits finish rolling. And, like every animation that will be reviewed on this post, “The Iron Giant” goes beyond its style and setting, and deals with really interesting themes, adding more substance to the film. The plot deals, through its title character, with existencialism and the nature of humanity. And it's just heartbreaking to see a robot, who doesn't know anything on Earth, end up being more human than any of the other characters in the film. In a nutshell, the script of “The Iron Giant” uses an '80s formula and a real-life setting to tell a fictional story that's moving, thought-provoking and appropriate for all ages.)



Bem, como dito anteriormente, os personagens são desenvolvidos de forma perfeita. O fio condutor da trama é a dinâmica entre Hogarth e o personagem-título, que são interpretados pelo Eli Marienthal e pelo Vin Diesel, respectivamente. Eu achei que, por Marienthal ter quase a mesma idade de seu personagem, a escalação do ator foi bem vantajosa, em uma época que várias crianças eram interpretadas por adultos em animações. Pela voz de Marienthal, dá pra realmente acreditar que é uma criança fazendo a voz do personagem. Eu achei o trabalho do Vin Diesel como o Gigante de Ferro muito parecido com a voz dele de Groot no primeiro “Guardiões da Galáxia”. É uma voz grave, imponente, e até ameaçadora à primeira vista, mas o espectador fica cada vez mais comovido pela evolução que ele sofre, resultando em um completo investimento emocional no personagem. Os desenvolvimentos do Hogarth e do Gigante são complementados pela relação que eles têm com os personagens interpretados pelo Harry Connick Jr. e pela Jennifer Aniston. Connick Jr. interpreta um dos melhores coadjuvantes do filme, servindo como um alívio cômico eficiente; e Aniston é uma das maiores âncoras emocionais para o protagonista. E fechando com chave de ouro, temos o Christopher McDonald como o antagonista principal, com o ator conseguindo equilibrar perfeitamente o tom ameaçador e engraçado que o personagem requer.

(Well, as previously said, the characters are perfectly developed. The conductive force of the plot is the dynamics between Hogarth and the title character, who are respectively voiced by Eli Marienthal and Vin Diesel. I thought that, because Marienthal was almost as old as his character, his casting had a major advantage, in a time where several children were voiced by adults in animation work. Through Marienthal's voice, you can really believe it's an actual kid voicing him. I found Vin Diesel's work as the Iron Giant to be quite similar to his Groot voice in the first “Guardians of the Galaxy”. It's a deep, imponent, and even threatening voice at first, but the viewer gets more and more moved by the evolution he suffers, resulting in a complete emotional investment in the character. The developments of Hogarth and the Giant are complemented by their relationships with the characters voiced by Harry Connick Jr. and Jennifer Aniston. Connick Jr. plays one of the best supporting characters in the film, and also an efficient comic relief; and Aniston is one of the biggest emotional anchors for the main character. And, at last, but definitely not least, we have Christopher McDonald as the main antagonist, with the actor managing to perfectly balance the funny and threatening tones the character requires.)



O visual da animação é simplesmente lindo. Ela faz uma mistura eficiente e fluida entre a animação tradicional, que dominava os filmes da Disney na época, e o CGI, predominante nas obras da Pixar, tais como “Toy Story” e “Vida de Inseto”. A diferença entre esses dois métodos de animação é evidente, e faz uma comparação até metafórica sobre como o Gigante de Ferro (animado em CGI) é mais evoluído do que qualquer arma usada pelos humanos na época (animadas tradicionalmente). Eu só fui perceber isso agora, e achei simplesmente brilhante. A direção de arte dá um ar super aconchegante à cidadezinha de Rockwell, no Maine, mesmo com os tons de ficção-científica da história. É um filme muito bem montado, não há nenhuma parte desnecessária ou prolongada aqui. Devido ao passo da história, a obra foi editada para uma duração bem enxuta e digerível para todas as idades, o que é uma baita vantagem. E, por fim, temos a incrível trilha sonora do Michael Kamen, que faz um trabalho bem similar ao do Alan Menken nos musicais da Era da Renascença da Disney, como “A Bela e a Fera”, “A Pequena Sereia” e “Aladdin”.

(The animation's visuals are simply beautiful. It makes an efficient, fluid mix between traditional animation, which dominated Disney's films at the time, and CGI, which was predominant in the works of Pixar, such as “Toy Story” and “A Bug's Life”. The difference between these two methods is evident, and makes a metaphorical comparison on how the Iron Giant (animated through CGI) is more evolved than any weapon used by humans at the time (traditionally animated). I just realized this now, and I thought it was brilliant. The art direction gives a cozy feel to the Maine town of Rockwell, even through the story's sci-fi tones. It's a pretty well-edited film, there isn't any part that's unnecessary or overlong here. Due to the story's pacing, it was edited to a short, digestible running time for all ages, which is one hell of an advantage. And, at last, we have the amazing score by Michael Kamen, who does a similar job to what Alan Menken did for the Disney Renaissance musicals, such as “Beauty and the Beast”, “The Little Mermaid” and “Aladdin”.)



Resumindo, “O Gigante de Ferro” é uma das melhores animações de todos os tempos. Usando uma ambientação real, uma fórmula emocionalmente eficiente, e misturando técnicas de animação, o diretor Brad Bird cria uma história atemporal apropriada para todas as idades que consegue ser engajante, muito comovente e até reflexiva, abordando temas muito interessantes no processo.

Nota: 10 de 10!

É isso, pessoal! Espero que tenham gostado! Até a próxima,

João Pedro

(In a nutshell, “The Iron Giant” is one of the best animated films of all time. Using a real-life setting, an emotionally efficient formula, and mixing animation techniques, director Brad Bird creates a timeless story for all ages that manages to be engaging, very moving and even thought-provoking, dealing with very interesting themes in the process.

I give it a 10 out of 10!

So, that's it, guys! I hope you liked it! See you next time,

João Pedro)




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