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quarta-feira, 16 de setembro de 2020

"Batman: Arkham Asylum": uma jornada contida pelo lado psicológico do Homem-Morcego (Bilíngue)

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E aí, meus caros cinéfilos! Tudo bem com vocês? Estou de volta para analisar um dos videogames mais frenéticos que já joguei até hoje. Como o primeiro capítulo de uma das sagas mais elogiadas dos últimos tempos, o jogo em questão é uma jornada contida pela psique perturbada de seu protagonista, e uma das melhores adaptações de seu universo fictício fora da plataforma original. Então, sem mais delongas, vamos falar sobre “Batman: Arkham Asylum”. Vamos lá!

(What's up, my dear film buffs! How are you guys doing? I'm back, in order to analyze one of the most frenetic and fast-paced videogames I've played to this day. As the first installment in one of the most acclaimed sagas in latest years, the game I'm about to analyze is a contained journey through its protagonist's troubled psyche, and one of the best adaptations of its fictional universe outside its original platform. So, without further ado, let's talk about “Batman: Arkham Asylum”. Let's go!)



O jogo segue o super-herói Bruce Wayne/Batman (voz de Kevin Conroy), que se encontra preso dentro do Asilo Arkham com seus maiores arqui-inimigos à solta. Contando com a ajuda de Barbara Gordon/Oráculo (voz de Kimberly Brooks), o maior detetive do mundo parte em uma missão para impedir que o Coringa (voz de Mark Hamill) contamine Gotham com Titan, uma versão mais potente e devastadora do Veneno que corre pelas veias de Bane (voz de Fred Tatasciore).

(The game follows superhero Bruce Wayne/Batman (voiced by Kevin Conroy), who finds himself trapped inside Arkham Asylum with his greatest arch-enemys loose. Relying on the help of Barbara Gordon/Oracle (voiced by Kimberly Brooks), the world's greatest detective sets on a mission to stop the Joker (voiced by Mark Hamill) from contaminating Gotham with Titan, a more potent and devastating version of the Venom that runs through the veins of Bane (voiced by Fred Tatasciore).)



Há uma série de razões do porquê eu comprei esse jogo (junto com os dois outros títulos produzidos pela Rocksteady, os quais eu irei analisar posteriormente): 1) as expectativas para a futura adaptação de 2021 do Homem-Morcego, estrelando Robert Pattinson; 2) a visível fama que esses jogos têm, no ponto de vista dos gamers em geral; 3) eu estou, no momento, devorando tudo que eu encontrar sobre o Batman; 4) o roteiro foi escrito pelo Paul Dini, roteirista da fantástica série animada do herói, além de contar com vários talentos da série reprisando seus papéis nos jogos; e 5) os três títulos da Rocksteady estavam em desconto. Com isso dito, vamos falar sobre o roteiro. Eu não li muitas histórias em quadrinhos do Batman, mas pelos filmes e desenhos, dá pra perceber que não são qualquer tipo de história cartunesca. Eu sempre tive uma impressão que o Batman é o super-herói mais realista que existe, já que ele não possui nenhum super-poder ou origem alienígena. E o roteiro desse jogo mistura excepcionalmente bem o teor sombrio e psicológico presente na trilogia do Cavaleiro das Trevas, e a estética cartunesca dos filmes de Tim Burton. Muitos pensariam que algo restrito à uma locação apenas, como o Asilo Arkham, possa ficar maçante ao longo do tempo. Mas o único ambiente não só funciona como um excelente “mundo aberto” (contando com várias subdivisões no complexo do Asilo), como também colabora para uma análise profunda no psicológico de seu protagonista. Essa análise é explorada de forma perfeita durante várias sequências de alucinação/pesadelo causadas pela toxina do Espantalho, que são bem sinistras e impactantes, o que ajuda o jogo a se distanciar de algo mais infantil e se aproximar de algo mais adulto. “Batman: Arkham Asylum” não é necessariamente violento, mas eu não recomendaria para crianças, pelos motivos mencionados acima e por possuir algumas partes que seriam bem chocantes e difíceis de processar para elas. Eu entendo que não dá pra enfiar literalmente todos os vilões do Batman dentro de um jogo só, mas não pude evitar sentir a falta de alguns vilões que considero essenciais para a mitologia do herói, especialmente o Pinguim e o Duas-Caras. Mas os que acabaram sendo incluídos dentro da trama, entre eles o Coringa, a Arlequina, a Hera Venenosa, o Espantalho e o Crocodilo, são extremamente eficientes, e representam dignos oponentes para o protagonista. Resumindo, o jogo, em geral, tem um enredo bem engajante, com obstáculos elaborados e uma conclusão bastante satisfatória que deixa um gostinho de “quero mais” no jogador ao finalizá-lo.

(There are a series of reasons why I bought this game (along with the other 2 titles produced by Rocksteady, which I'll review posteriorly): 1) my expectations for the upcoming 2021 adaptation of the Batman's mythology, starring Robert Pattinson; 2) the visible fame these games clearly have, in the eyes of general gamers; 3) I am, at the moment, gobbling up everything I can about the Batman; 4) the script was written by Paul Dini, a screenwriter from the fantastic animated series, and it also counts on several talents from the show reprising their roles in the games; and 5) all three titles by Rocksteady were on sale. With that said, let's talk about the script. I'm not familiar with many Batman comic books, but just from the movies and animated films, I can tell that I'm not dealing with an ordinary comic book story. I've always had this impression of Batman being the most realistic superhero ever, as he doesn't have any superpower or alien origin. And this game's script is an exceptional mix between the dark, psychological tone in Christopher Nolan's Dark Knight trilogy and the cartoon-ish aesthetic of the Tim Burton films. Many would think that something restrained to one single location, such as Arkham Asylum, can get a little tiring as time goes by. But the single environment not only serves as a great “open world” (as there are several subdivisions to the Asylum's complex), but also collaborates for a deeper approach to its protagonist's psyche. That approach is explored perfectly during several hallucination/nightmare sequences caused by Scarecrow's fear toxin, which are quite sinister and impactful, and it ends up helping the game create a distance from something childish and lean towards something more mature-oriented. “Batman: Arkham Asylum” is not necessarily violent, but I wouldn't recommend it to children, for the aforementioned reasons, and for having some content that would be too shocking or very hard for them to process. I understand that you just can't shove every single Batman villain into one single game, but I couldn't help but feel the absence of some villains I consider essential for the hero's mythology, especially Penguin and Two-Face. But the ones that did end up being part of the plot, such as Joker, Harley Quinn, Poison Ivy, Scarecrow and Killer Croc, are extremely effective, and represent worthy opponents for the protagonist. In a nutshell, the game, in general, has a thoroughly engaging plot, with elaborate obstacles and a truly satisfying conclusion that leaves the player wanting more, once it's finished.)



Uma das jogadas mais brilhantes desse jogo foi o retorno de três atores da série animada do Batman para a reprise de seus papéis: o Kevin Conroy, que só pela voz, dá pra ver porque ele é uma das melhores encarnações do herói; o Mark Hamill, que dispensa apresentações, injetando sarcasmo, humor negro e muita loucura em sua versão do Príncipe Palhaço do Crime; e a Arleen Sorkin, que traz dois lados extremos (cômico e sensível) igualmente eficientes como a Arlequina. Eu realmente gostei dos vilões escolhidos para protagonizar a trama, e todos os atores fazem um trabalho de voz sensacional. A dinâmica entre o Batman e o Coringa é explosiva, como sempre. A química que o herói tem com os outros vilões enfrentados e o restante dos personagens retratados (como o Comissário Gordon e a Barbara Gordon) é menos intensa, mas é igualmente evidente. E temos como um extra uma análise mais profunda do lado psicológico e do passado do protagonista, e Conroy interpreta essa outra faceta do personagem de forma magistral, levando o jogador a desenvolver uma relação mais próxima com ele.

(One of the most brilliant moves this game made was the return of three actors from the Batman animated series for the reprisal of their roles: Kevin Conroy, who, just from his voice, manages to show why he's one of the hero's best incarnations; Mark Hamill, who needs no introduction at all, injecting sarcasm, black humor and tons of craziness into his version of the Clown Prince of Crime; and Arleen Sorkin, who brings two extreme (comical and sensitive) and equally efficient sides as Harley Quinn. I really liked the villains chosen to lead the plot, and all the actors do a sensational job when it comes to voice acting. The dynamic between Batman and the Joker is explosive, as usual. The chemistry the hero shares with the other villains he faces and the rest of the portrayed character (such as Commissioner Gordon and Barbara Gordon) is less intense, but equally evident. And we have a plus in the form of a deeper analysis into the protagonist's psychological side and past, and Conroy masterfully portrays this other face of the character, leading the player into developing a closer relationship with him.)



Para uma remasterização de um jogo de 2009, o visual de “Batman: Arkham Asylum” é absurdamente estonteante. Claro, não chega no nível que “The Last of Us” e “The Last of Us Part II” iriam alcançar em termos de realismo, mas ainda assim, é um visual bem avançado para a época de lançamento do jogo. Gostei bastante da textura que o Bat-traje tem, especialmente quando em cenários chuvosos, onde é possível ver as gotas de chuva refletidas na capa. O design dos vilões fica bem fiel à essência deles nos quadrinhos, mas possuem um viés mais “pé no chão”. O Coringa tem um design bem parecido com o da série animada; o visual da Arlequina aqui é bem parecido com o da Margot Robbie em “Esquadrão Suicida” e “Aves de Rapina”; o Espantalho, o Bane e o Crocodilo equilibram muito bem o cartunesco com o realista. O Asilo Arkham em si é um lugar bastante assustador, que mistura tons cinzentos com alguns tons vibrantes para combinar com a estética de adaptações anteriores. Há vários easter-eggs maravilhosos ao longo do game, incluindo referências à vilões não presentes na trama e fitas de entrevista com depoimentos dos pacientes do Asilo, o que realmente me ajudou a superar a falta de alguns personagens.

(For a remaster of a 2009 game, the visuals of “Batman: Arkham Asylum” are absurdly astonishing. Of course, it doesn't reach the same levels that “The Last of Us” and “The Last of Us Part II” would in terms of realism, but still, this is a pretty advanced look for its launch time. I really liked the texture that the Batsuit has, especially when in rainy scenarios, where you can actually see the raindrops reflecting in the cape. The villains' design stays pretty faithful to their essence in the comics, while having a more down-to-earth approach to it. Joker's design is very much alike his looks in the animated series; Harley Quinn's visual here looks a lot like Margot Robbie's in “Suicide Squad” and “Birds of Prey”; Scarecrow, Bane and Killer Croc manage to wonderfully balance the cartoonish with the realistic. Arkham Asylum itself is a pretty scary place, which mixes grayer with more vibrant tones to match with the aesthetic of previous adaptations. There are several marvelous easter-eggs throughout the game, including references to villains who aren't onscreen and interview tapes with confessions from the Asylum's patients, which really helped me get over the absence of some characters.)



E, por último, mas não menos importante, temos o aspecto definitivo de um videogame: a jogabilidade. Eu joguei na dificuldade Fácil e ainda assim, demorou um pouco para que eu superasse algumas das fases (assim como em TLoU e TLoU Part II, precisei da ajuda humilde e muito competente do meu irmão gamer). Mas tirando isso, a jogabilidade em si é muito acessível. O sistema de combate é muito bem desenvolvido, as sequências envolvendo o Espantalho são propositalmente cheias de tensão, as boss fights (lutas de chefão) vão ficando cada vez mais desafiadoras. Como dito anteriormente, não é necessariamente violento, o que é uma mudança bem-vinda, tendo como base o enorme número de jogos violentos hoje em dia. Há uma lista de potenciais melhoras no Bat-traje e nos equipamentos (Batarangue, gel explosivo, etc.) que é extremamente útil, contando com atualizações na proteção que o traje pode oferecer e nas ferramentas que o jogador recebe ao longo da trama. A única coisa que me deixou um pouco irritado sobre a jogabilidade é o sistema de mudanças entre os equipamentos mencionados, que fica cada vez mais complicado a cada dispositivo que o protagonista ganha.

(And at last, but not least, we have the definitive aspect of a videogame: the gameplay. I played in the Easy difficulty and still, it took me a while to get past some of the levels (as it happened with TLoU and TLoU Part II, I requested the humble and highly competent help of my ultra-gamer brother). But apart from that, the gameplay itself is pretty accessible. The combat system is very well-developed, the sequences involving the Scarecrow are purposefully filled with tension, the boss fights get more and more challenging as the game moves forward. As previously stated, the game isn't necessarily violent, which is a welcome change, by looking at the large number of violent mature-oriented games today. There is a list of potential upgrades to the Batsuit and to the equipments (Batarang, explosive gel, etc.) which is extremely useful, containing updates to the protection the suit can offer and to the tools the player receives throughout the plot. The only thing that annoyed me a little about the gameplay is the switching system between the aforementioned equipments, which gets more and more complicated with each device the player gets.)



Resumindo, “Batman: Arkham Asylum” é uma experiência maravilhosa. Contando com um enredo frenético, personagens e vozes marcantes, um visual absurdamente estonteante, e uma jogabilidade bastante acessível, o primeiro capítulo na saga Arkham de videogames consegue capturar perfeitamente todos os aspectos da mitologia do Homem-Morcego.

Nota: 9,5 de 10!!

É isso, pessoal! Espero que tenham gostado! Até a próxima,

João Pedro

(In a nutshell, “Batman: Arkham Asylum” is a wonderful experience. Relying on a fast-paced plot, top-notch characters and voices, absurdly astonishing visuals, and really accessible gameplay, the first chapter in the Arkham videogame saga manages to perfectly capture every aspect in the Batman's mythology.

I give it a 9,5 out of 10!!

That's it, guys! I hope you liked it! See you next time,

João Pedro)


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