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E aí, meus caros cinéfilos! Tudo bem com vocês? Estou de volta, para trazer a vocês a resenha da mais nova produção original da Netflix. Uma mistura de thriller psicológico e drama impulsionada pela quantidade gigantesca de talento de seus atores, o filme em questão é uma fonte constante de entretenimento, ao mesmo tempo que faz críticas relevantes e provocativas. Então, sem mais delongas, vamos falar sobre “O Diabo de Cada Dia”. Vamos lá!
(What's up, my dear film buffs! How are you guys doing? I'm back, in order to bring to you the review of Netflix's most recent original production. A mix between psychological thriller and drama bolstered by the enormous amount of talent from its ensemble, the film I'm about to analyze is a constant source of entertainment, at the same time it makes relevant and thought-provoking criticisms to some social aspects of human life. So, without further ado, let's talk about “The Devil All The Time”. Let's go!)
Baseado no livro “O Mal Nosso de Cada Dia”, de Donald Ray Pollock, o filme gira em torno de Arvin (Tom Holland), um garoto que se torna um jovem frio e cético, graças ao fanatismo religioso de seu pai (Bill Skarsgard), um veterano perturbado da Segunda Guerra Mundial. Com a morte do pai, Arvin precisa lutar para proteger aqueles que ele ama de pessoas diversas, incluindo um policial corrupto (Sebastian Stan), um casal de assassinos (Jason Clarke e Riley Keough), e um pastor manipulador (Robert Pattinson).
(Based on the book of the same name written by Donald Ray Pollock, the film revolves around Arvin (Tom Holland), a boy that grows up to be a cold, skeptical young man, thanks to the religious fanaticism imposed by his father (Bill Skarsgard), a disturbed WWII veteran. With the death of his father, Arvin needs to struggle to protect his loved ones from several people, including a corrupt police officer (Sebastian Stan), a murderous couple (Jason Clarke and Riley Keough), and a manipulative preacher (Robert Pattinson).)
Eu nunca tinha ouvido falar do livro no qual “O Diabo de Cada Dia” foi baseado, e sinceramente, eu estava mais animado para esse filme pelo elenco altamente promissor, que junta uma quantidade explosiva de talentos consolidados e em ascensão. E pelo fato de eu não estar familiarizado com o material fonte, isso permitiu que eu ficasse bastante surpreso pelo resultado final do filme. A adaptação do livro de Donald Ray Pollock é dirigida e co-escrita por Antonio Campos, um diretor somente conhecido por filmes feitos com um orçamento menor, ou seja, esse é o primeiro filme mainstream (ou “pro povão”) que ele dirige. E se os filmes independentes dele forem tão bons quanto esse, Campos é um diretor para todo espectador ficar de olho. “O Diabo de Cada Dia” tem um excelente roteiro, que usa uma grande quantidade de personagens aparentemente desconexos um do outro que vão se juntando ao longo do sucinto tempo de duração de 2 horas e 18 minutos. Pelo número absurdo de personagens em um filme só, alguém poderia pensar que alguns seriam subdesenvolvidos, e alguns iriam ter mais destaque. Confesso que até eu pensei nisso. Mas, felizmente, eu estava errado. Todos os personagens são bem desenvolvidos, de acordo com o arco narrativo que lhes é proposto, e a narração em voice-over do próprio autor do livro em que o filme é baseado ajuda o espectador a entender o lado psicológico dessas pessoas. Além do ótimo desenvolvimento dos personagens, o roteiro de Campos e do irmão Paulo conta uma impactante e reflexiva história que lida com vários temas bem interessantes. Mas antes de falar desses temas, é preciso ressaltar o fator de entretenimento do filme. É um filme pesado, tem algumas partes chocantes, mas os roteiristas acertam em cheio ao fazer do enredo algo tão engajante que deixa o espectador roendo as unhas na expectativa do que vai acontecer depois. Agora, sob esta superfície frenética e chocante, ficam os temas que o roteiro aborda, e uma possível fonte de polêmica. Mas, honestamente, não vejo uma razão para nenhuma controvérsia, já que o filme não condena ou demoniza a religião em si. “O Diabo de Cada Dia” é uma análise inacreditavelmente bem feita do que pode acontecer se alguém levar essa religião à extremos desnecessários, e as consequências permanentes da manipulação distorcida das crenças de uma pessoa. E o roteiro faz essa análise de uma forma bem simples, o que pode servir como um antídoto para o sentimento de perplexidade que o filme anterior da Netflix, “Estou Pensando em Acabar com Tudo” (cuja resenha você pode ler aqui: http://nocinemacomjoaopedro.blogspot.com/2020/09/estou-pensando-em-acabar-com-tudo-o.html), deixou em muita gente. E além do subtexto religioso presente no enredo, o filme também lida com temas como corrupção, a natureza humana, e as consequências de um constante ciclo de violência. Resumindo, “O Diabo de Cada Dia” conta com um roteiro muito engajante e frenético com personagens complexos e distorcidos, que lida com temas extremamente interessantes e dignos de discussão. A esse ponto, não sei se tem cacife de Oscar, mas é um excelente filme, que cumpre a sua proposta com maestria.
(I haven't even heard about the book in which “The Devil All the Time” is based on, and honestly, I was more excited for this movie for of its highly promising cast, which gathers an enormous amount of consolidated and up-and-coming talents. And because of my unfamiliarity with the source material, this allowed me to be pretty surprised by the film's final results. The adaptation of Donald Ray Pollock's book is directed and co-written by Antonio Campos, a director who is best known for films made on a smaller budget, meaning that this is the first mainstream film he's directed. And if his independent films are as good as this one, Campos is a director that every cinephile should keep an eye out for. “The Devil All the Time” has an excellent screenplay, that uses a large quantity of apparently disconnected characters that come together throughout its succint running time of 2 hours and 18 minutes. Because of its absurd number of characters, one might think that some would be underdeveloped, while some would end up being the highlight of the film. I confess even I thought about that. But, fortunately, I was wrong. All the characters are very well developed, according to their respective narrative arcs, and the voice-over narration by the author of the source material helps the viewer understand and see the psychological sides of these people. Besides having great character development, the screenplay written by Campos and his brother Paulo tells an impactful and thought-provoking story that deals with a lot of interesting themes. But before I talk about these themes, I should reinforce the entertainment factor in this film. It is heavy, and sometimes shocking, but the screenwriters knock it out of the park by making the plot something so engaging, that the viewer can't help but bite their nails in expectation of what's going to happen next. Now, under this frenetic and shocking surface, lay the themes the screenplay wants to analyze, along with a possible source of controversy. But, honestly, I don't see a reason for such a thing to happen, as the film doesn't condemn or demonize religion itself. “The Devil All the Time” is an unbelievably good analysis on what might happen if someone takes this religion to unnecessary extremes, and the permanent consequences of the manipulation of one's beliefs. And the screenplay makes this analysis in a very simple way, which might serve as an antidote to the feeling of baffleness that Netflix's previous film, “I'm Thinking of Ending Things” (you can read my review on it here: http://nocinemacomjoaopedro.blogspot.com/2020/09/estou-pensando-em-acabar-com-tudo-o.html), left on many people. And besides this religious subtext, the film also deals with themes such as corruption, human nature, and the consequences of a constant cycle of violence. To sum it up, “The Devil All the Time” relies on a very engaging and frenetic script with complex and twisted characters, that deals with extremely interesting, discussion-worthy themes. To this point, I don't know if it's Oscar material, but it is an excellent film, that fulfills its promise masterfully.)
Agora, vamos à possível razão das expectativas da grande maioria dos espectadores da Netflix para esse filme, ou seja, o elenco, o qual é absurdamente talentoso. E o mais interessante é que mesmo que todos os personagens sejam americanos, a grande maioria do elenco tem nacionalidades diferentes, e todos os atores conseguem dominar muito bem os trejeitos e sotaques que seus personagens requerem. Essa pode muito bem ser a melhor performance do Tom Holland desde “O Impossível”. Ele está a poucos papéis mais adultos de distância para que as pessoas não o reconheçam só como o Homem-Aranha. A aparente conexão que o arco narrativo do personagem dele tem com o do Bill Skarsgard (que também dá um show aqui) é extraordinária. Outro destaque fica com o Robert Pattinson, e se alguém ainda achar que ele não vai ser um bom Batman depois DAQUELE trailer (e depois da atuação arrebatadora dele em “O Farol”), provavelmente mudarão de ideia depois da performance dele nesse filme. Há vários outros talentos já consolidados, e alguns em ascensão, como Sebastian Stan, Eliza Scanlen, Jason Clarke, Riley Keough, Haley Bennett, Mia Wasikowska, Harry Melling e Douglas Hodge, e todos eles fazem um excelente trabalho com seus personagens. É por causa de elencos como esse que a Academia precisa criar um Oscar de Melhor Elenco Conjunto.
(Now, let's move onto the possible reason of the great majority of Netflix viewers' expectations for this film, meaning, the cast, which is absurdly talented. And the most interesting thing is that even that every character's supposed to be American, most of the cast is from a different nationality, and every actor here manages to deal with the physicality and accents their characters require really well. This might as well be Tom Holland's finest performance since “The Impossible”. He's a few more mature roles away for people not to see him as just Spider-Man. The apparent connection his character's narrative arc has with Bill Skarsgard's (who is also a showstopper here) is extraordinary. Another highlight stays with Robert Pattinson, and if someone still thinks that he won't be a good Batman after THAT trailer (and after his amazing performance in “The Lighthouse”), they'll probably change their minds after seeing his performance in this film. There are several other consolidated and up-and-coming talents here, such as Sebastian Stan, Eliza Scanlen, Jason Clarke, Riley Keough, Haley Bennett, Mia Wasikowska, Harry Melling and Douglas Hodge, and every single one of them does an excellent job with their characters. It's because of casts like this that the Academy needs to create an Oscar for Best Ensemble.)
E por último, mas não menos importante, temos os aspectos técnicos. A direção de fotografia do Lol Crawley é muito boa, com jogos de câmera muito dinâmicos e eficientes. A direção de arte faz um trabalho brilhante em lidar com cenários mais rústicos e, de certa maneira, imundos, o que reflete a própria imundície que domina os personagens principais ao longo da trama. Eu achei essa proposta muito inteligente. A montagem pode parecer um pouco abrupta às vezes, mas ela faz um trabalho muito eficiente em transitar entre várias linhas temporais através de flashbacks, o que ajuda o espectador a ver os mesmos acontecimentos narrativos sob outro ponto de vista. E por fim, temos a trilha sonora, que é composta quase inteiramente de músicas gospel, o que combina excepcionalmente bem com a proposta e os temas que o roteiro aborda. É uma das jogadas mais bem pensadas dos roteiristas e do diretor, em termos técnicos.
(And at last, but definitely not least, we have the technical aspects. Lol Crawley's cinematography is really great, with very dynamic and efficient camera moves and tricks. The art direction does a brilliant job when dealing with more rustic and, in a way, filthy scenarios, which reflects the main characters' own filthiness throughout the plot. I thought this proposal was highly clever. The editing might seem a little choppy sometimes, but it does a very efficient job in transitioning between several timelines through flashbacks, which helps the viewer see the same narrative acts under a different point of view. And finally, we have the soundtrack, which is composed almost entirely with gospel music, which exceptionally matches the proposal and the themes the screenplay deals with. It's one of the most well-thought moves by the screenwriters and the director, in technical terms.)
Resumindo, “O Diabo de Cada Dia” é um dos melhores filmes originais que a Netflix tem a oferecer. Munido de um roteiro inteligente e reflexivo, um elenco absurdamente talentoso, e aspectos técnicos bem pensados que combinam com a proposta do roteiro, o filme consegue ser um equilíbrio perfeito entre seus fatores de entretenimento e reflexão.
Nota: 10 de 10!!
É isso, pessoal! Espero que tenham gostado! Até a próxima,
João Pedro
(In a nutshell, “The Devil All the Time” is one of the best original films Netflix has to offer. Armed with a clever, thought-provoking script, an absurdly talented cast, and well-planned technical aspects that match with the screenplay's proposal, the film manages to perfectly balance its entertaining and reflexive extremes.
I give it a 10 out of 10!!
That's it, guys! I hope you liked it! See you next time,
João Pedro)
Vimos o filme na sua estréia.. excelente resenha!!!! Parabéns!!!!
ResponderExcluirDepois dos comentários, deu até vontade de assistir o filme! 👏👏👏👏👏 parabéns JP
ResponderExcluirÑ sei pq + ñ está aparecendo meu nome, eu sou o Moacyr Moreira 👍
ExcluirDepois dos comentários, deu até vontade de assistir o filme! 👏👏👏👏👏 parabéns JP
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