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E aí, meus caros cinéfilos! Tudo bem com vocês? Estou de volta, para falar sobre um dos filmes de comédia mais engraçados e irreverentes que eu já vi. Idealizado por Sacha Baron Cohen, o filme em questão é original, perverso, politicamente incorreto, e ainda tem a capacidade de fazer a mais insensível das pessoas chorar de tanto rir, 15 anos após o seu lançamento. Então, sem mais delongas, vamos falar sobre “Borat: O Segundo Melhor Repórter do Cazaquistão Viaja à América”. Vamos lá!
(What's up, my dear film buffs! How are you guys doing? I'm back, in order to talk about one of the funniest and most irreverent comedy films I've ever seen. Idealized by Sacha Baron Cohen, the film I'm about to discuss is original, wicked, politically incorrect, and still has the capacity to make the most insensitive of people cry of laughter, almost 15 years after its original release. So, without further ado, let's talk about “Borat! Cultural Learnings of America for Make Benefit Glorious Nation of Kazakhstan”. Let's go!)
Organizado em forma de falso documentário, o filme narra a jornada de Borat Sagdiyev (Sacha Baron Cohen), um repórter do Cazaquistão que viaja para os EUA, com o objetivo de aprender sobre a cultura americana e aplicá-la aos costumes cazaques.
(Organized as a false documentary, the film narrates the journey of Borat Sagdiyev (Sacha Baron Cohen), a reporter from Kazakhstan who travels to the US, with the objective of learning more about American culture and applying it to Kazakh costumes.)
Se eu disse isso uma vez, já disse isso mil vezes: britânicos são gênios. O senso de humor britânico é tão diferente do senso de humor americano ao qual estamos acostumados, que iria levar um século para que eu explique todas as diferenças. Mas, resumindo, posso dizer que o senso de humor britânico é: mais ácido, mais satírico, irreverente, absurdo, politicamente incorreto, potencialmente ofensivo, e mesmo assim, hilário. É só ver o trabalho da trupe de comédia Monty Python, o de Phoebe Waller-Bridge em “Fleabag”, e o de Ricky Gervais na série original de “The Office”. “Borat”, por sua vez, é fruto do comediante britânico Sacha Baron Cohen, conhecido por seus personagens satíricos, estereotipados e irreverentes, que fizeram um sucesso estrondoso tanto em sua terra natal como internacionalmente, e também agregaram um enorme número de controvérsias. Com isso dito, é bem possível que “Borat” não agradaria a sociedade dos dias de hoje. Não porque não seja engraçado (pelo contrário, é hilário), mas pela irreverência de seu protagonista. Pra quem não conhece o trabalho de Cohen, ele é conhecido por um tipo de comédia chamado “cringe comedy”, que ganha o seu senso de humor através de situações nas quais o espectador possa se sentir desconfortável. E é exatamente por isso que “Borat” ainda consegue ter o mesmo efeito que teve 15 anos atrás. O conteúdo exposto (e satirizado) no filme ainda é relevante nos dias de hoje, e ainda faz o espectador se sentir desconfortável com as situações retratadas, o que resulta em um número enorme de risadas ao longo de seu curto tempo de duração de 1 hora e 25 minutos. O roteiro indicado ao Oscar, escrito por Cohen, Anthony Capobianco, Peter Baynham, Dan Mazer, Anthony Hines e Todd Phillips (sim, o diretor de “Coringa”) tem uma proposta brilhante: conseguir reações reais das pessoas com as quais o seu protagonista interage, através de um falso documentário. E Cohen consegue essas reações por meio de diálogos potencialmente ofensivos. Pense em qualquer aspecto social considerado sensível nos dias de hoje: feminismo, relações raciais, relações sociopolíticas, religião, orientação sexual, aborto, tráfico humano, saúde mental. Tudo isso e mais um pouco é satirizado de maneira irreverente e hilária pelos roteiristas. Assim como em várias outras obras britânicas de humor negro, Cohen e seus co-roteiristas não têm o menor pingo de vergonha em meter o dedo nas feridas abertas e girar com gosto. E quanto mais eles giram, mais engraçado fica. É uma proposta altamente ousada, que tinha literalmente tudo para dar errado, mas fico muito feliz em dizer que “Borat” ainda consegue entreter qualquer tipo de público-alvo (sim, até os mais exigentes), graças à relevância do conteúdo satirizado nos dias de hoje. Agora, é torcer para que a sequência já confirmada (filmada em segredo durante a pandemia) tenha o mesmo teor ácido e irreverente da obra original, porque em tempos como esses, precisamos do melhor remédio que o cinema pode nos dar.
(If I said it once, I've said it a thousand times: British people are geniuses. The British sense of humor is so different from the American sense of humor we're all used to, it would take me a long time to explain all the differences between them. But, to sum it up, I can say that the British sense of humor is: more acid, more satirical, irreverent, absurd, politically incorrect, potentially offensive, and still, hilarious. Just take a look at the work of the Monty Python comedy troupe, Phoebe Waller-Bridge in “Fleabag”, and Ricky Gervais in the original version of “The Office”. “Borat”, in turn, was originated by British comedian Sacha Baron Cohen, who is known for his satirical, stereotyped and irreverent characters, who made an enormous success in his homeland and abroad, and also gathered an enormous amount of controversy on the way. With that said, it's very likely that “Borat” won't please today's society. Not because it isn't funny (on the absolute contrary, it's hilarious), but because of its protagonist's irreverent personality. For those who are unfamiliar with Cohen's work, he's known for a type of comedy known as “cringe comedy”, which is funny because it portrays situations of social awkwardness. And that is exactly why “Borat” still manages to achieve the same impact it had 15 years ago. The content exposed (and satirized) in the film is still relevant nowadays, and still makes the viewer feel uncomfortable with the situations portrayed, which results in an enormous amount of belly laughs throughout its short running time of 1 hour and 25 minutes. The Oscar-nominated screenplay, written by Cohen, Anthony Capobianco, Peter Baynham, Dan Mazer, Anthony Hines and Todd Phillips (yes, the director of “Joker”) has a brilliant proposal: getting real reactions from the people which the protagonist interacts with, through a false documentary. And Cohen manages to get these reactions through potentially offensive dialogue. Think about any social aspect considered sensitive nowadays: feminism, race relations, sociopolitical relations, religion, sexual orientation, abortion, human trafficking, mental health. All that and then some is satirized in an irreverent and hilarious way by the screenwriters. Just like it happens with many other British works regarding black comedy, Cohen and his co-writers are not afraid to stick their finger into an open wound and twist it hard. And the more they twist it, the funnier it gets. It's a highly bold proposition, that had literally everything to go wrong, but I'm really glad to say that “Borat” still manages to entertain every type of audience (yes, even the more picky ones) it gets introduced to, thanks to the relevance of its satirized content nowadays. Now, my fingers are crossed for the already confirmed sequel (which was secretly filmed during the COVID-19 pandemic) to have the same acid and irreverent tone of the original work, because in times like these, we need the best medicine that cinema can provide.)
Não há muito a falar sobre o elenco, já que a maioria das pessoas presentes no filme não são atores, mas sim pessoas reais. Eu fiquei muito impressionado com a dedicação de Cohen a esse papel. A fisicalidade, o sotaque, o estilo da fala, a personalidade irreverente... Não tenho medo em dizer que Borat é um dos melhores personagens de comédia dos últimos tempos, e que Cohen deveria ter sido indicado ao Oscar de Melhor Ator. A maneira com a qual ele interage com as pessoas nesse filme é absolutamente hilária. Eu acho simplesmente impossível uma pessoa não rir em nenhum momento no curto tempo de duração de “Borat”. Além de Cohen, os únicos atores contratados são Ken Davitian e Luenell, dois comediantes que rendem momentos hilários e até cativantes. Agora, eu tiro o chapéu para as pessoas com as quais Cohen interagiu como Borat. As reações dessas pessoas são extremamente realistas, são exatamente como você imaginaria que alguém iria reagir, se estivesse passando por aquela situação. E em sua maioria, são essas reações reais que ainda fazem de “Borat” um filme absurdamente divertido.
(There's not much to talk about the cast, as most people in the film are not actors, but real-life people. I was very impressed with Cohen's commitment to this role. His physicality, his accent, his style of speech, his irreverent personality... I'm not afraid to say that Borat is one of the best comedy characters in recent years, and that Cohen should've been nominated for the Oscar for Best Actor. The way he interacts with real people in this film is absolutely hilarious. I think it's simply impossible for a person not to laugh at any moment in “Borat”'s brief running time. Besides Cohen, the only hired actors are Ken Davitian and Luenell, two comedians that render us hilarious and even touching moments. Now, I tip my hat for the people Cohen has interacted with as Borat. Their reactions are extraordinarily realistic, they are exactly how you would imagine someone would react, if they were going through that same situation. And in its majority, it's those real reactions that still make “Borat” an absurdly fun film.)
Como o filme em si é organizado como um falso documentário, os aspectos técnicos seguem exatamente a proposta dos roteiristas. A direção de fotografia do Anthony Hardwick e do Luke Geissbühler tem aquela crueza e realismo que as pessoas esperam de um documentário. A câmera se mexe bastante, aproxima e afasta frequentemente, e em alguns momentos, esses jogos de câmera funcionam perfeitamente para fins cômicos. A direção de arte, especialmente no Cazaquistão retratado, é absolutamente hilária. A trilha sonora original do Erran Baron Cohen (irmão mais velho do ator) é simplesmente fantástica. O hino nacional do Cazaquistão que ele compôs satiriza todo e qualquer país, e o contexto no qual esse hino é inserido é o perfeito exemplo do tipo de comédia pelo qual Cohen é conhecido. E um dos principais aspectos técnicos usados para fins cômicos aqui é a montagem, especialmente nas cenas de diálogo entre Borat e pessoas reais. Primeiro, a câmera mostra o personagem fazendo ou falando algo que parece ofensivo, aí depois, é feito um corte quase imediato para mostrar a reação das pessoas às ações e falas de Borat. Todos esses momentos são extremamente eficientes, graças à montagem.
(As the film itself is organized as a false documentary, the technical aspects follow exactly what the screenwriters propose. Anthony Hardwick and Luke Geissbühler's cinematography has that rawness and realism one would expect from a documentary. The camera moves around a lot, it frequently zooms in and out, and in some moments, these camera tricks perfectly work for comic effect. The art direction, especially when it comes to the Kazakhstan portrayed in the film, is absolutely hilarious. The original score by Erran Baron Cohen (the actor's older brother) is simply marvelous. His composed national anthem for Kazakhstan satirizes each and every country, and the context in which this anthem is dealt with is the perfect example of the type of comedy Cohen is known for. And one of the main technical aspects used for comic effect here is the editing, especially in dialogue scenes between Borat and real people. First, the camera shows the character doing or saying something potentially offensive, and then, it cuts almost immediately to show the person's reaction to Borat's actions and lines. All of these moments are extremely efficient, thanks to the editing.)
Resumindo, “Borat: O Segundo Melhor Repórter do Cazaquistão Viaja à América” é mais uma prova do brilhante, irreverente e ácido senso de humor britânico. Situações e interações desconfortáveis, sátiras com assuntos que ainda são relevantes nos dias de hoje, e uma performance extremamente dedicada de Sacha Baron Cohen fazem de “Borat” algo que ainda faz e ainda fará muitas pessoas chorarem de tanto rir. Pode muito bem ser o melhor filme de comédia desde “Monty Python Em Busca do Cálice Sagrado”, e eu mal posso esperar pela sequência.
Nota: 10 de 10!!
É isso, pessoal! Espero que tenham gostado! Até a próxima,
João Pedro
(In a nutshell, “Borat! Cultural Learnings of America for Make Benefit Glorious Nation of Kazakhstan” is yet another proof of the brilliant, irreverent and acid British sense of humor. Uncomfortable situations and interactions, satire with subjects that are still relevant nowadays, and an extremely committed performance by Sacha Baron Cohen make “Borat” something that still makes and will make many people cry of laughter. It might as well be the best comedy film since “Monty Python and the Holy Grail”, and I can't wait for the sequel.
I give it a 10 out of 10!!
That's it, guys! I hope you liked it! See you next time,
João Pedro)
Em tempo de pandemia, nada como uma comédia prá alegrar nossos dias....
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